Validação de conteúdo do diagnóstico de enfermagem padrão ineficaz de alimentação do lactente
Publication year: 2017
A prática de enfermagem vem ganhando subsídios para seu aprimoramento e uma das ferramentas utilizadas para isso é a realização de estudos de validação diagnóstica, sustentados em uma base teórica consistente. Assim, o presente estudo tem como objetivo verificar a validade da estrutura do diagnóstico de enfermagem Padrão Ineficaz de Alimentação do Lactente (PIAL) mediante a realização de duas etapas, a saber: construção de uma teoria de médio alcance (TMA) e análise de conteúdo por juízes. A primeira etapa do estudo, realizada no período de Março de 2016 a Julho de 2017, concretizou-se por meio de uma ampla busca na literatura, com o auxílio dos descritores: feeding patterns, infant nutrition disorders, deglutition disorders, sucking behavior, infant, feeding behavior, feeding and eating disorders of childhood e nutririon disorders a partir das bases de dados Medline, Lilacs e Scopus. Destaca-se que os estudos elencados a partir dos descritores acima desencadearam novas buscas através de suas referências. Ao final foram selecionados 60 estudos. A TMA permitiu a identificação de 12 fatores etiológicos para a ocorrência de PIAL e 13 indicadores clínicos. Destes resultados, cinco fatores já faziam parte da estrutura trazida na NANDA-I. Todos os indicadores clínicos elencados foram identificados pela TMA. Os achados da primeira etapa foram submetidos à análise de conteúdo por enfermeiros juízes, constituindo a segunda etapa do estudo, realizada entre Agosto e Novembro de 2017. A amostra desta etapa consistiu em 23 juízes. Foi adotado um índice de validade de conteúdo (IVC) de 0,9 para adequação do item avaliado. O teste de Wilcoxon foi utilizado para obtenção destes valores. Dos 12 fatores etiológicos, Deformidade orofaríngea, Padrão inadequado de oferta alimentar, Refluxo gastresofágico, Mecanismos de sucção insatisfatórios, Episódios convulsivos, Uso prolongado de sondas enterais e Prematuridade foram validados pelos juízes. Quanto aos indicadores clínicos, com exceção de Coloração de pele e mucosas prejudicada, todos os outros indicadores tiveram seu conteúdo validado. Para os elementos que não atingiram o IVC esperado, foram realizadas alterações conforme sugeridos pelos juízes. Os achados do presente estudo confirmam a inconsistência estrutural pertinente ao diagnóstico PIAL trazido pela taxonomia NANDA-I, ressaltando a necessidade de validação diagnóstica nas três vertentes – validação teórica, validação de conteúdo e validação clínica. Desse modo, sugere-se que os resultados deste estudo sejam submetidos à validação clínica em população específica.(AU)