Qualidade de vida da pessoa portadora de espondilite anquilosante: determinantes sociodemográficos, familiares, clínicos e psicossociais

Publication year: 2013

Introdução – As doenças reumáticas integram um grupo de doenças cada vez mais frequentes, pelo que devem ser vistas como um importante problema socioeconómico, com impacto negativo crescente a nível da saúde pública, considerando os atuais estilos de vida e o aumento da longevidade. Entre essas doenças está a Espondilite Anquilosante (EA), considerada uma condição com carater evolutivo e comprometimento progressivo no cotidiano das pessoas portadoras, influenciando a sua qualidade de vida. Neste pressuposto, o objetivo central deste trabalho pretende identificar as variáveis preditivas (sociodemográficas, clínicas e psicossociais) da qualidade de vida dos indivíduos portadores de Espondilite Anquilosante em Portugal. Metodologia - Conceptualizamos um estudo de natureza quantitativa, transversal, descritivo – correlacional, recorrendo a uma amostra não probabilística por conveniência, constituída por 51 portugueses portadores de EA, 15 mulheres e 36 homens, com idades compreendidas entre os 19 e 79 anos (M= 47,00; Dp=14,14). O instrumento de colheita inclui uma secção de caraterização sóciodemográfica e familiar, outra secção de caraterização clínica e uma secção de caracterização psicossocial.

Utilizámos instrumentos de medida aferidos e validados para a população portuguesa:

escala de APGAR familiar, questionário SF-36, Escala de Bem-Estar Psicológico (EBEP) e os questionários BASDAI e BASFI. Resultados – Verificamos que existem variáveis determinantes na qualidade de vida da pessoa portadora de EA. Portadores com mais idade apresentam tendencialmente menor qualidade de vida; portadores integrados em famílias mais funcionais apresentam maior qualidade de vida; maior idade de diagnóstico da doença revela menor qualidade de vida; a existência de sintomatologia interfere de modo negativo na qualidade de vida dos indivíduos; quanto maior a intensidade de dor, menor a qualidade de vida; níveis mais elevados de bem-estar psicológico conduzem a uma melhor qualidade de vida; quanto maior a atividade da doença e a capacidade funcional menor a qualidade de vida da pessoa com EA. Conclusão – As evidências encontradas salientam a importância de uma reflexão multidisciplinar de forma a promover uma melhor qualidade de vida da pessoa com EA. É pertinente a implementação de um programa de reabilitação, integrando a família como elemento participativo no processo assistencial, visando a melhoria da qualidade de vida nos portadores de EA.
Introduction - Rheumatic diseases are a group of diseases increasingly frequent and should be seen as an important social and economic problem, with a growing negative impact on public health, given the current styles life and increased longevity. Among these diseases are ankylosing spondylitis (AS), a condition considered with an evolution and progressive character impairment in daily life of people, witch influence their quality of life. This assumption, the goal of this paper is to identify the predictive variables (sociodemographic, clinical and psychosocial) of quality of life of individuals with ankylosing spondylitis in Portugal. Methodology -We conceptualize a study of quantitative, cross-sectional, descriptive - correlational nature, using a non-probability sample of convenience, consisting of 51 Portuguese patients with ankylosing spondylitis, 15 women and 36 men, aged between 19 and 79 years (M = 47.00, SD = 14.14). The collection instrument includes a socio-demographic and familiar section characterization, another section of clinical characterization, a section of psychosocial characteristics.

We used measuring instruments calibrated and validated for the Portuguese population:

Family APGAR scale, SF-36 scale, the Psychological Well-Being (EBEP) and BASDAI and BASFI questionnaires. Results – We verified that there are variables that determine the quality of life of the person with EA. Older patients tend to have lower quality of life; holders integrated into functional families have a higher quality of life; higher age at diagnosis of the disease, reveals lower quality of life; the existence of symptoms interfere negatively in the quality of life of individuals; greater pain intensity leads to a lesser quality of life.

Higher levels BEP lead to a better quality of life:

the greater the disease activity and functional capacity the lower the quality of life of the person with AS. Conclusion – The evidence underline the importance of a multidisciplinary reflection in order to promote a better quality of life of people with AS. The implementation of a rehabilitation program is pertinent, with the help of a family member as a participatory element in the care process, aiming at improving the quality of life in patients with EA.