Complicações em doentes com hiperplasia benigna da próstata submetidos a prostatectomia transvesical

Publication year: 2021

A literatura científica apresenta complicações evidentes, pós prostatectomia – que, mais do que a patologia propriamente dita – tornam pertinente o estudo. A enfermagem deverá desenvolver competências específicas e autónomas, no sentido de diminuir os seus potenciais riscos, os prognósticos lesivos na vida do utente, que devem ser estudados pela enfermagem, para, através das suas competências, os poderem diminuir senão anular. Os múltiplos impactos na qualidade de vida do homem, fazem emergir a pertinência para o estudo do tema, suas abordagens e necessidades cuidadoras, que representam para os enfermeiros especialistas, um desafio a enfrentar, no sentido da qualidade dos cuidados. Reconhecer as complicações emergentes após prostatectomia transvesical em doentes diagnosticados com Hiperplasia Benigna da Próstata (HBP). Estudo transversal, exploratório, de metodologia quantitativa e analítica, aos resultados emergentes da colheita de dados, a partir da aplicação de um questionário em entrevista direta, a uma amostra de 214 utentes submetidos a prostatectomia transvesical, entre 2015-2020, no Norte Litoral de Portugal. O critério de inclusão amostral foi a aceitação pessoal para participar no estudo, e de exclusão, foi a incapacidade mental para responder às questões, ou a apresentação de comorbilidades. Da análise, foi verificado que as complicações emergentes após prostatectomia transvesical em doentes com HBP, no imediato, são, a hematúria, a urgência urinária, a infeção da ferida operatória. No primeiro mês de pós-operatório, verificaram-se a urgência e incontinência urinária, a hematúria e infeção urinária. De forma discreta, foi assinalada a disfunção sexual, a fístula vesico-cutânea, e, mais tardias, a disfunção sexual – com expressão crescente e progressivamente perturbadora -, e por oposição, e de forma decrescente, a urgência urinária, incontinência urinária, infeção urinária e orquiepididimite. Foi verificada a relação entre complicações pós-operatórias e comorbilidades clínicas: há relação estatística e altamente significativa entre a variável algaliação prévia à cirurgia e infeção da ferida operatória. Não foram encontradas relações estatísticas significativas para as restantes variáveis com o estatuto de comorbilidade. Todavia, foram encontradas relações de frequência entre a presença de diabetes mellitus e as infeções - urinária e da ferida operatória -, e, entre hipertensão arterial e hematúria pós operatória. Não foram encontradas estratégias cuidadoras de enfermagem, promotoras da diminuição das complicações em doentes prostatectomizados. O campo clínico da enfermagem continua a precisar deste investimento empírico, e a construir uma metodologia de ação, a partir do campo de análise de dados de investigação, para organizar-se numa prática baseada na evidência, criar um espaço de investigação ação, no sentido de avançar com propostas de guidelines e ou protocolos neste tipo de cuidados, e implementação de consultas de enfermagem pré e pós operatórias.
The scientific literature presents evident complications, after prostatectomy – which, more than the pathology itself – make it pertinent to the study that nursing should develop specific and autonomous skills, to reduce its potential risks, the bad prognoses in the patient´s life, that should be studied by nursing, that, through their skills, they can reduce them, if not delete them. The multiple impacts on man´s quality of life, bring relevance to the study of the theme, their approaches and care needs, which represent for specialist nurses, a challenge to face, towards the quality of care. Recognize the complications after transvesical prostatectomy in patients diagnosed with Benign Prostate Hyperplasia (BPH). Cross-sectional, exploratory study, with quantitative and analytical methodology, to the results emerging from data collection, from the application of a questionnaire in direct interview, to a sample of 214 patients submitted transvesical prostatectomy, between 2015-2020, in the North Coast of Portugal. The inclusion criterion was personal acceptance to participate in the study, and the exclusion criterion, was the mental inability to answer the questions, or the presentation of comorbidities. From the analysis, it was found that the emerging complications after transvesical prostatectomy in patients with BPH, in the immediate, are hematuria, urinary urgency and surgical wound infection. In the first postoperative month, urinary urgency and incontinence, hematuria and urinary infection were noted. Discretely, sexual dysfunction, vesico-cutaneous fistula, and, later, sexual dysfunctions were noted – with increasing and progressively disturbing expression – and by opposition, and in decreasing order, urinary urgency, urinary incontinence, urinary infection and orchiepididymitis.

The relationship between postoperative complications and clinical comorbidities was verified:

there is a statistically and highly significant relationship between the variable algalization prior to surgery and surgical wound infection. No statistically significant relationships were found for the remaining variables with comorbidity status. However, frequency relationships were found between the evidence of diabetes mellitus and infections – urinary and surgical wound -, and, between arterial hypertension and postoperative hematuria. No nursing care strategies were found, that promote the reduction of complications in prostatectomized patients. The clinical field of nursing continues to need this empirical investment, and to build an action methodology from the field of research data analysis, to organize into an evidence-based practice, to create a space for action research, in the sense of advancing with proposals for guidelines and or protocols in this type of care, and implementation of pre- and post-operative nursing consultation.