Dificuldades percepcionadas pelos enfermeiros durante o transporte do doente crítico
Publication year: 2021
O transporte do doente crítico é um momento de grande vulnerabilidade e instabilidade quer para o doente quer para o enfermeiro. Este tem vindo a aumentar devido à centralização dos meios de diagnóstico e terapêutica exigindo enfermeiros qualificados para o efetuar.
Objetivo:
Analisar as dificuldades percecionadas pelos enfermeiros dos serviços de urgência de um Centro Hospitalar do Norte de Portugal no transporte interhospitalar do doente crítico.Metodologia:
Estudo de natureza Transversal Analítico, realizado numa população de 120 enfermeiros distribuídos por uma urgência básica, uma urgência médico-cirúrgica e uma urgência polivalente de um Centro Hospitalar do Norte de Portugal.Para a obtenção da amostra foram definidos como critérios de inclusão:
enfermeiros que realizassem transporte inter-hospitalar, que se disponibilizassem a participar no estudo e estivessem presentes no período de recolha de dados, obtendo-se uma amostra de 70 enfermeiros. Como Instrumento de Recolha de Dados utilizamos o questionário, de MATA, 2014, dificuldades percecionadas pelos enfermeiros durante o transporte Inter-hospitalar, após autorização da autora. A recolha de dados decorreu entre janeiro de 2020 a abril de 2020. O estudo obteve parecer favorável da comissão de ética da instituição (n.º 151/2020) e respetivo Conselho de Administração.Resultados:
No total de 70 participantes, (65,7%, 46) eram do sexo feminino, a média de idades foi de 43,6 anos, com experiência profissional média de 19.86 anos, predominando a categoria profissional de enfermeiro (64,3%, 45) e com formação na área (71,4%, 50). As dificuldades mais percecionadas foi na área dos “Recursos e Instabilidade do Doente” (M=2,90 pontos) e o “Planeamento do Transporte Secundário” (M=2,78 pontos). Verificamos uma relação, estatisticamente significativa, entre o local de trabalho e o F4 (Morte do Doente), uma correlação negativa fraca, estatisticamente significativa, entre a frequência de realização de transporte no último mês e as dificuldades percecionadas na realização do transporte e uma correlação positiva moderada entre a frequência de ocorrência dos fatores e as dificuldades percecionadas pelos enfermeiros (p <0,05).Conclusão:
As dificuldades mais percecionadas pelos enfermeiros são os “Recursos e Instabilidade do Doente” e o “Planeamento do Transporte Secundário”. O local de trabalho influenciou a dificuldade do F4, Morte do Doente, e a frequência de realização do transporte no último mês relacionou-se com as dificuldades. Sugerimos a existência de equipas dedicadas ao transporte destes doentes para um maior treino e formação periódica, a alocação de enfermeiros da área da pessoa em situação crítica nos serviços de urgência e a formação aos enfermeiros do Serviço de Urgência Básico (SUB) sobre a morte do doente. A realização de outros estudos nesta área.
The transportation of critically ill patients is a time of great vulnerability and instability for both the patient and the nurse. This has been increasing due to the centralization of the means of diagnosis and therapy requiring qualified nurses to do so.