Publication year: 2017
Esta tese tem como objetivo construir e validar uma tecnologia educativa, tipo cartilha educativa, sobre atividade sexual de pessoas com lesão medular. Trata-se de estudo metodológico e de desenvolvimento realizado em cinco etapas: 1. Pesquisa bibliográfica em blogs para determinação dos interesses e necessidades educacionais do público-alvo; 2. Revisão integrativa visando a determinação do conteúdo do material; 3.
Construção da tecnologia educativa a partir de três aspectos:
linguagem, ilustração e layout/design. A cartilha educativa é intitulada “Sexualidade na lesão medular: o que você precisa saber”, sendo constituída por seis capítulos: sexualidade; lesão medular e função sexual; tratamentos das disfunções sexuais; disfunções sexuais masculinas; disfunções sexuais femininas; e promoção da atividade sexual saudável e satisfatória da pessoa com lesão medular;4.validação de conteúdo e aparência do material educativo, utilizando-se o Índice de Validação de Conteúdo (IVC) e teste binomial (p<0,05), estabelecimento de um grau de concordância de 85% entre os juízes e o público-alvo; 5. Avaliação da aplicação da cartilha com o público-alvo, esta foi constituída de uma pesquisa quase-experimental, tipo teste piloto, em grupo único, antes e depois, para aplicação da cartilha educativa e avaliação do conhecimento, atitude e prática de um novo grupo de 20 pessoas com lesão medular, em três momentos: pré-teste, pós-teste imediato e pós-teste tardio com duas semanas. O estudo respeitou todos os aspectos éticos conforme a Resolução 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde, recebeu Parecer nº 1.615.777. Os resultados evidenciam na pesquisa documental 16 blogs de pessoas com lesão medular, sendo analisadas 168 publicações e 32 comentários referentes a sexualidade e função sexual, os quais possibilitou apreender os interesses, necessidade educacionais, linguagem e expressões do público-alvo. Na revisão integrativa obteve-se 22 publicações sobre sexualidade, função e atividade sexual da pessoa com lesão medular, a qual possibilitou identificar e apreender o conteúdo científico dos capítulos que compuseram a cartilha educativa. Os resultados da validação apontam um IVC global de 0,91 na validação de conteúdo com onze profissionais de saúde da área; IVC global de 0,87 na validação de aparência com três designers gráficos; e IVC global de 0,94 na validação de aparência com 37 pessoas com lesão medular; a validação revelou excelente grau de concordância entre os avaliadores, significando que a cartilha obteve o padrão-ouro ao final desta etapa. A respeito do teste piloto, observou-se aumento da pontuação média em todos os domínios comparando-se pré-teste e pós-teste imediato, principalmente no domínio conhecimento; e comparado com o pós-teste tardio, a média de pontuação foi mantida, sendo aplicado o teste de Friedman (p<0,05). Conclui-se que a cartilha educativa foi considera uma tecnologia educativa válida e confiável para promoção da atividade sexual saudável e satisfatória da pessoa com lesão medular, capaz de promover conhecimento, atitude e prática adequados. A elaboração e validação de tecnologias educativas, baseada em orientações confiáveis e de fácil entendimento, voltadas em especial, para pessoas com lesão medular e seus parceiros, torna-se uma ferramenta de melhoria do cuidado de enfermagem, deve, portanto, ser explorada pelo enfermeiro. (AU)