Publication year: 2017
A diarreia gera elevados índices de morbimortalidade infantil e é causada por infecções patogênicas associadas às condições socioeconômicas e sanitárias e aos comportamentos maternos. Logo, é importante o desenvolvimento de estratégias educativas direcionadas ao fortalecimento da autoeficácia materna, para que as mães previnam a ocorrência da diarreia e promovam a saúde dos filhos. Objetivou-se avaliar a eficácia do uso de tecnologias educativas para promoção da autoeficácia materna na prevenção da diarreia infantil. Trata-se de um ensaio clínico randomizado, realizado com mães de crianças menores de cinco anos, distribuídas em quatro grupos: controle (60 participantes inicialmente), cartilha (A-60), vídeo (B-61), e cartilha e vídeo (AB-60); e desenvolvido em Fortaleza-CE, em quatro Unidades de Atenção Primária à Saúde.
Foram aplicados três instrumentos:
o formulário que abordava dados demográficos, socioeconômicos, sanitários e de saúde da criança; a Escala de Autoeficácia para Prevenção da Diarreia Infantil; e, via telefone, o formulário reduzido para investigação da diarreia. A coleta de dados ocorreu em três momentos:
1º momento, na unidade, aplicou-se o formulário e a escala, seguida das intervenções, exceto no grupo controle; nos 2º e 3º momentos, aplicaram-se novamente a escala e o formulário de investigação da diarreia, um mês e dois meses após o 1º momento, respectivamente. Os dados foram analisados no Statistical Package for the Social Sciences, versão 20.0, por meio de análise estatística descritiva e analítica. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Ceará e pelo Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos. No 1º momento, todos os grupos mostraram homogeneidade, p<0,05. Um mês após as intervenções (2º momento), as médias dos escores de autoeficácia materna para prevenir a diarreia infantil elevaram-se em todos os grupos, mas não houve significância estatística. Ainda no 2º momento, houve maior predominância de mães com autoeficácia elevada para prevenção da diarreia infantil, sendo maior a do grupo cartilha e vídeo (AB), 86,5%. Dois meses depois das intervenções (3º momento), as médias dos escores de autoeficácia materna diminuíram, em cada grupo, comparado ao 2º momento, exceto no grupo cartilha e vídeo (AB), que se manteve, mas a porcentagem de mães com autoeficácia elevada foi maior nos quatro grupos comparada àquelas com autoeficácia moderada. Acerca da ocorrência da diarreia, um mês depois das intervenções (2º momento), a prevalência das entrevistadas que relataram o adoecimento dos filhos por diarreia foi menor no grupo cartilha e vídeo (AB), em 1,9%, com associação estatisticamente significante (p<0,05). Aos dois meses de acompanhamento (3º momento), todos os grupos apresentaram menor ocorrência da diarreia infantil, comparado ao 2º momento, exceto o grupo vídeo (B). Em todos os momentos após as intervenções, verificou-se que a média dos escores da escala foi mais elevada no grupo cartilha e vídeo (AB), quando também a ocorrência da diarreia infantil foi menor. Assim, cartilha e vídeo educativos, quando aplicados de forma combinada, foram mais eficazes para elevar a autoeficácia materna na prevenção a diarreia infantil e diminuir a ocorrência desse agravo.(AU)