Relação entre imagem corporal e fatores biológicos, sociais e comportamentais: estudo com adolescentes de escolas de tempo integral em Fortaleza-Ce
Publication year: 2016
Os primeiros estudos sobre a imagem corporal a definem como uma percepção da aparência que o indivíduo tem do corpo no que se refere ao tamanho, imagem e forma. O estudo teve como objetivo verificar associação entre percepção da imagem corporal e fatores biológicos, sociais e comportamentais. Estudo transversal, de abordagem quantitativa. A pesquisa foi realizada em 2014 nas escolas de tempo integral da rede pública municipal de Fortaleza-CE com adolescentes de ambos os sexos com faixa etária entre 11 e 17 anos, cursando 7º, 8º e 9º anos. A coleta de dados envolveu a aplicação de um questionário contendo questões sobre fatores biológicos, sociais e comportamentais, escala de Silhuetas e medidas antropométricas. A escala permite identificar a percepção corporal e a satisfação com a imagem do corpo entre os adolescentes por meio de nove silhuetas. Analisou-se os dados através dos testes Qui-Quadrado de tendência para proporções, Qui-Quadrado e correlação linear de Spearman, considerando estatisticamente significantes as análises com p<0,05. O estudo foi aprovado sob Parecer Consubstanciado nº 301.456. Dos 1181 adolescentes, 51,5% era do sexo masculino e 48,5%, sexo feminino, prevalecendo adolescentes na faixa etária da adolescência inicial, de 11 a 14 anos. Na prática de atividade física, 58,0% foi considerado insuficientemente ativo. No último ano, 78,7% referiu não ter tido relação sexual e dos sexualmente ativos, 40,5% às vezes fazia uso do preservativo. Em relação à percepção da imagem corporal, evidenciou-se predomínio de insatisfação entre os adolescentes escolares. Na percepção das imagens que representariam um corpo saudável e o que gostaria de ter (ideal) pela escala de silhuetas, houve diferença significativa entre os gêneros (p<0,0001). Evidenciou-se ainda que a percepção da imagem corporal tem influencia significativa dos fatores série escolar (p=0,005), percepção de qualidade de vida e saúde (p<0,0001) e IMC (p<0,0001), não tendo influencia de nenhum fator comportamental. Mesmo assim, o estudo apontou para o uso irregular do preservativo masculino nos adolescentes sexualmente ativos no último ano, principalmente na adolescência inicial (42,3% às vezes usa e 30,5% nunca usa). Conclui-se que mais de 75% dos adolescentes das escolas de tempo integral de Fortaleza-CE referiu insatisfação na percepção da imagem corporal, caracterizado pelo desejo de aumentar a silhueta. Dessa forma, faz-se necessário que o profissional enfermeiro trabalhe a temática com foco na promoção da saúde e prevenção de doenças.(AU)