Tradução e adaptação transcultural da Mishel Uncertainty In Illness Scale – Parents/Child Form
Publication year: 2016
O estudo objetivou traduzir e adaptar transculturalmente da Mishel Uncertainty In Illness Scale – Parents/Child Form para o português, no contexto brasileiro. Estudo do tipo metodológico, utilizou como metodologia os procedimentos de tradução e adaptação sugeridos por Beaton et al (2007) de que compreende tradução inicial, síntese da tradução, retrotradução, revisão por um comitê de juízes e pré-teste da versão traduzida com o público alvo. Participaram do estudo cinco juízes, durante a etapa de revisão por um comitê de juízes, e 35 mães de crianças com afeções neurológicas, durante a fase de pré-teste da versão traduzida. Durante o pré-teste, foi aplicado a escala em sua versão traduzida produzida conforme as etapas anteriormente descritas, e um formulário de caracterização sociodemográfico e clínico, em mães de crianças com afecções neurológicas que aguardavam atendimento em hospital terciário de referência em atendimento neurológico pediátrico. Após o pré-teste foram realizadas as modificações pertinentes, resultando na versão final do estudo. Os dados obtidos em cada etapa de tradução e adaptação transcultural (tradução inicial, síntese das traduções, back translation, e comitê de juízes) foram apresentadas em quadros e analisadas de forma descritiva. Utilizou-se como testes estatísticos para a análise do processo de tradução e adaptação transcultural o Coeficiente de Kappa, para mensurar e avaliar as respostas dos juízes, assim como o Coeficiente de Correlação Intraclasse (Intraclass Correlation Coefficient – ICC), para verificar a homogeinidade das respostas e auxiliar na interpretação da proporção de variabilidade das mesmas. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa via Plataforma Brasil com o número 1320562. Os resultados mostram que as principais diferenças entre as traduções iniciais (tradução 1 e tradução 2) referiam-se a termos utilizados na área da saúde, tendo sido traduzidos de forma mais exata pelo tradutor da área da saúde. A etapa de backtranslation mostrou-se válida para guiar a análise do comitê de juízes na fase seguinte, auxiliando a perceber possíveis traduções caso houvesse prejuízo no sentido original da sentença. A etapa da revisão por um comitê de juízes, na qual os mesmos avaliaram todos os 31 itens da escala, assim como instruções e opções de respostas, utilizando como critérios as equivalências semântica, idiomática, experimental e conceitual, revelou-se essencial para análise de questões tais como a tradução do termo my child para meu filho para uma compreensão mais rápida da população alvo. Acredita-se que o presente estudo conseguiu com êxito realizar a tradução e adaptação da escala, e espera-se contribuir, após avaliação das propriedades psicométricas, para a utilização da escala na população brasileira. Espera-se que estudos posteriores possam contribuir para a valorização do momento de contato com as mães e pais de crianças com afecções neurológicas, busca de conhecimento pelos profissionais de saúde sobre o contexto social que a família está inserida e suporte social que a mesma pode vir a encontrar, e direcionamento de práticas de saúde por gestores e profissionais que auxiliem na redução de incertezas.(AU)