Revisão de conteúdo do diagnóstico de enfermagem comunicação verbal prejudicada em pacientes com Esclerose Lateral Amiotrófica

Publication year: 2016

O estudo tem por objetivo revisar o conteúdo do diagnóstico de enfermagem Comunicação Verbal Prejudicada em pacientes com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), fundamentandose em questionamento quanto à adequação da definição do diagnóstico, das características definidoras (CD) e dos fatores relacionados (FR) bem como quanto à existência de outros indicadores clínicos, além dos já definidos pela NANDA-I. A revisão de conteúdo foi realizada utilizando-se a primeira etapa do Modelo de Lopes, Silva e Araujo (2012) para a revisão de diagnósticos de enfermagem denominada Análise de conceito. Para a execução da Análise de conceito utilizou-se a revisão integrativa da literatura baseada no método de Whittemore e Knafl (2005) a partir de seis bases de dados (PUBMED, SCOPUS, COCHRANE, SCIENCE DIRECT, LILACS e CINAHL), com os seguintes descritores: Esclerose amiotrófica lateral and Transtornos da comunicação e seus respectivos em inglês e espanhol. Após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão restaram 21 estudos que subsidiaram a análise do conceito. Diante desses 21 estudos selecionados aplicou-se o método da análise de conceito de Walker e Avant (2011) que subsidiou a elaboração da definição do conceito Comunicação verbal prejudicada, dos FR e CD para pacientes com ELA. Esse processo de revisão conduziu aos seguintes resultados, recomenda-se a definição: refere-se ao prejuízo na produção da fala, da voz ou da escrita devido a problema em transmitir e/ou compreender uma mensagem. A proposta da análise de conceito incorpora dezesseis FR, a saber: “degeneração de neurônios motores”; “traqueostomia”; “labilidade emocional”; “dispnéia”; “paresia muscular espástica facial”; “paresia muscular flácida facial”; “paresia da língua”; “velocidade da língua reduzida”; “hiperadução de pregas vocais”; “hipoadução de pregas vocais”; “fraqueza da musculatura respiratória”; “incompetência velofaringea”; “atrofia muscular da língua”; “fasciculações na língua”; “sialorréia”; “déficits cognitivos”. Os três primeiros são os fatores relacionados que já compõem a taxonomia II. O quarto fator relacionado corresponde ao que é posicionado na NANDA-I dentro das características definidoras. Com relação às CD, recomenda-se a incorporação de doze, a saber: “disartria”; “diminuição da capacidade e/ou disposição para interação soc ial”; “afasia”; “anartria”; “disgrafia”; “agrafia”; “fadiga de conversação”; “prejudicada inteligibilidade da fala”; “declínio da taxa de falar”; “redução da produtividade do discurso”; “comunicação aumentativa e alternativa”; “emoções negativas”. As três primeiras já compõem a taxonomia II da NANDA-I, sendo que se propõe a modificação da nomeação de “dificuldade para formar palavras” para “disartria”, “recusa em falar” para “diminuição da capacidade e/ou disposição para interação social” e “dificuldade para expressar verbalmente os pensamentos” para “afasia”. Considera-se que o processo de revisão de conteúdo subsidiou uma direção para a eficiência diagnóstica de indicadores clínicos de Comunicação Verbal Prejudicada, contribuindo com o refinamento e o aprimoramento desse diagnóstico e de seus componentes presentes na taxonomia II da NANDA-I. Porém, faz-se ainda necessária a realização da validação por especialistas e da validação clínica para a acurácia dos resultados encontrados. Assim, é imprescindível à enfermagem apropriar-se desse diagnóstico em diferentes contextos para uma assistência de enfermagem mais segura e com vistas a amplificar o conhecimento e a autonomia profissional.