Publication year: 2015
A gestação pode ser compreendida como um período de surgimento ou agravamento das disfunções do assoalho pélvico como incontinência urinária, disfunções anorretais, disfunções sexuais e o prolapso de órgãos pélvicos por diversos motivos, entre os quais se destacam a própria gestação e a denervação do assoalho pélvico ou traumas durante o parto, causando grandes impactos negativos na qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) dessas mulheres. O objetivo geral do estudo foi analisar a influência da disfunção do assoalho pélvico na qualidade de vida relacionada à saúde de gestantes. Trata-se de um estudo transversal, correlacional, com abordagem quantitativa realizado em quatro locais distintos, sendo três unidades de saúde que atendem pelo sistema público e uma clínica que atende pelo sistema privado. A amostra foi composta por 261 gestantes, sendo 120 coletados do serviço privado e 141 do serviço público.
Elas foram entrevistas de Setembro a Novembro de 2014 por meio dos seguintes instrumentos:
um questionário com dados sócio demográficos, obstétricos e fatores de qualidade de vida relacionada à saúde; um questionário contendo dados de investigação sobre as queixas de incontinência urinária, anal e prolapso vaginal; o Índice de Qualidade de Vida de Ferrans & Powers adaptado; o King´s Health Questionnaire; o Escore de Jorge & Wexner de Incontinência e Constipação e o Female Sexual Function Index (FSFI). A investigação dos sintomas urinários na gestação mostrou prevalência de polaciúria de 70,3% e 26,1% com incontinência urinária, independentemente do tipo e do trimestre gestacional. As gestantes incontinentes sentiram-se mais afetadas quanto ao desempenho das atividades diárias, no entanto, pode-se afirmar que, de forma geral, a IU causou pouco impacto na QVRS das gestantes. No tocante aos sintomas de IA e sua interferência na QVRS das gestantes, notou-se que esse é um sintoma pouco prevalente com percentual de 4,6% e de pouco impacto na QVRS da mulher. A constipação, por sua vez, apresentou prevalência de 26,8%, porém também não causou impacto na QVRS. A disfunção do assoalho pélvico que obteve maior prevalência foi a disfunção sexual. A pesquisa mostrou que 32,1% das participantes apresentam disfunção sexual, com menores médias no domínio “Desejo”. Observou-se ainda que grávidas com disfunção sexual tiveram piores médias de QVRS do que gestantes sem disfunção. Conclui-se, portanto, que a QVRS de gestantes sofre influência negativa das disfunções do assoalho pélvico. Assim, acredita-se que a presente pesquisa contribuiu para a identificação do impacto que as disfunções do assoalho pélvico podem provocar na QVRS das gestantes, indicando os principais aspectos que podem ser incorporados na assistência pré-natal, pelos profissionais de saúde, especialmente, os enfermeiros, a fim de melhorar a QVRS das gestantes(AU)