Controle do diabetes mellitus tipo 2: análise de um programa de intervenção com informações sobre a doença via chamadas telefônicas
Publication year: 2015
Ensaio clínico randomizado controlado cujo objetivo foi avaliar o efeito de um programa de intervenção com orientações sobre a doença via chamadas telefônicas realizadas por enfermeiros no controle clínico e laboratorial de pacientes portadores de diabetes mellitus tipo 2. Concluíram o estudo 31 participantes recrutados em um Centro de Saúde de Fortaleza-Ceará entre outubro de 2013 e maio de 2014. Desses, 15 compuseram o grupo controle (GC), os quais receberam o atendimento de rotina conforme protocolo da instituição. Os demais (16) integraram o grupo experimental (GE) e receberam, além do atendimento de rotina, ligações telefônicas quinzenais. Durante o recrutamento, os pacientes foram entrevistados quanto às características pessoais e patológicas, bem como quanto ao conhecimento sobre a doença e a adesão ao tratamento. Em novo contato presencial fez-se a mensuração antropométrica e da pressão arterial, bem como a coleta laboratorial de todos os participantes. Em seguida foram randomizados e aqueles pertencentes ao GE passaram a receber as orientações sobre a doença via chamadas telefônicas realizadas pela pesquisadora. Ao todo, foram 12 contatos telefônicos quinzenais durante 24 semanas. Encerrada a intervenção, agendou-se novo contato presencial para repetição dos questionamentos referentes ao conhecimento e à adesão, e das mensurações antropométricas e de pressão arterial, além de nova coleta laboratorial. Os dados foram processados no software SPSS 20.0. Os participantes eram, na sua maioria, do gênero feminino, haviam cursado até o ensino fundamental, tinham companheiros, não moravam sozinhos e pertenciam à classe econômica C. Com relação ao tempo de diagnóstico, no GC a variação foi de 1 a 20 anos e no GE de 1 a 30 anos. O uso de antidiabéticos orais foi predominante. Com relação ao conhecimento sobre a doença, observou-se aumento da média de pontuação obtida pelos pacientes do GE. Constatou-se que o item de pior adesão foi o relacionado à prática de atividade física e o uso de medicação foi o de melhor adesão. Houve discreta redução na média dos valores dos pacientes do GE para o índice de massa corporal e a circunferência abdominal. Quanto à relação cintura-quadril, houve discreto aumento. Em se tratando da pressão arterial, houve redução da média tanto da sistólica (PAS) quanto da diastólica (PAD) para o GE. No tocante à glicemia de jejum, à hemoglobina glicada e à glicose média estimada observou-se redução na média dos valores após a intervenção. Por sua vez, a média do colesterol total, do low density lipoproteins (LDL), do high density lipoproteins (HDL) e dos triglicerídeos apresentaram aumento. Sendo assim, comprovou-se a hipótese de que estratégias de educação, aconselhamento e incentivo a mudanças de hábitos de vida realizadas por enfermeiros por meio de contatos telefônicos pode contribuir com o conhecimento sobre a doença; com a adesão ao tratamento; e com o controle clínico e laboratorial de pacientes portadores de DM2.(AU)