Efeitos de intervenções por telefone na adesão ao recebimento do laudo colpocitológico

Publication year: 2015

Estudo desenvolvido com o objetivo de testar os efeitos das intervenções comportamentais e educativas por telefone no comparecimento das mulheres à consulta de retorno para receber o resultado do exame colpocitológico. Este é um estudo experimental randomizado controlado, realizado a partir de três grupos: educativo (intervenção educativa via telefone), comportamental (lembrete telefônico) e comparação (usual – cartão de marcação). Os dados foram coletados de janeiro a agosto de 2014, no Centro de Desenvolvimento Familiar (CEDEFAM), situado no bairro Planalto Pici, Fortaleza, Ceará. A amostra totalizou 510 mulheres, conforme os seguintes critérios de inclusão: ter iniciado atividade sexual, realizar o exame de prevenção do câncer do colo uterino no período da coleta de dados e possuir telefone móvel ou fixo. O instrumento aplicado referente ao inquérito CAP (Conhecimento, Atitude e Prática) havia sido validado anteriormente em outro estudo experimental. Para padronizar a intervenção educativa elaborou-se um roteiro segundo os preceitos da entrevista motivacional. Os dados foram analisados com o auxílio do programa estatístico Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 20.0. As informações referentes ao conhecimento deixaram evidente que, embora, 96,9% já tivessem ouvido falar sobre a prevenção do câncer do colo uterino, somente 33,7% demonstraram conhecimento adequado. Na avaliação da atitude 40,8% foram classificadas com atitude adequada, enquanto a prática revelou 72,2% de adequabilidade. Das 510 mulheres estudadas, 429 (84,1%) retornaram para buscar o resultado do exame, o que totalizou uma taxa geral de não retorno de 15,9%. Entre as 429 participantes, 64,1% compareceram na data aprazada e os grupos educativo e comportamental foram os mais assíduos. As mulheres que receberam uma dessas duas intervenções apresentaram 7,3% de não retorno e 6,2 (IC 95%: 3,7-10,5) vezes mais chances de comparecer ao serviço em relação ao grupo comparação. A análise individual das intervenções provou que ambas são eficazes, já que a comportamental aumentou a chance da mulher comparecer ao serviço em 7,1 vezes (IC 95%: 3,6-14,2) e a educativa, em 5, 5 (IC 95%: 2,9-10,4). As taxas de não retorno foram, respectivamente, 6,5% e 8,2%, contra 33,1% no grupo comparação. Portanto, as intervenções comportamentais e educativas por telefone configuram estratégias de base populacional eficazes para o retorno e, assim, o sucesso no rastreamento e seguimento das lesões precursoras do câncer cérvico-uterino.(AU)