Intervenção educativa para melhoria do conhecimento, atitude e prática do cuidador domiciliar de idosos
Publication year: 2015
O cuidador domiciliar de idosos tem assumido a tarefa de cuidar sem preparo para exercê-lo, dessa forma, desenvolver ações que buscam qualificar o cuidado domiciliar é fundamental para a promoção da saúde do idoso. Objetivou-se avaliar os efeitos de uma intervenção educativa para a melhoria do conhecimento, atitude e prática do cuidador na promoção da independência funcional dos idosos. Estudo do tipo quase experimental realizado com grupo único, com aplicação de pré-teste e pós-teste. A coleta de dados foi realizada no período de fevereiro a julho de 2015, no município de Sobral-CE. A amostra foi composta por 82 cuidadores e 84 idosos, na fase pré-teste, e 34 cuidadores, na fase pós-teste. Para a coleta de dados utilizaram-se o formulário sociodemográfico e o Índice de Barthel para o idoso e para o cuidador, um roteiro com levantamento dos dados sociodemográficos e do contexto do cuidado domiciliar, além do inquérito Conhecimento Atitude e Prática (CAP), que abordou os domínios da relação de ajuda cuidador-idoso, alimentação, banho e higiene e mobilização e transferência. A intervenção foi baseada em estratégia educativa, sendo os conteúdos fundamentados nas recomendações do Guia do Cuidador do Ministério da Saúde e do software intitulado Modelo Planes de Cuidados en la Atencíon Domiciliária Holística, que tratam das orientações inerentes aos cuidadores. Os dados foram analisados por meio do software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 21.0. Utilizou-se o teste de McNemar para comparar o CAP aplicado antes da intervenção e após a intervenção. Os aspectos éticos da resolução 466/12 foram respeitados em todas as fases do estudo. Os resultados mostraram que a média de idade dos cuidadores foi de 47,82 anos, sendo 85,4% do sexo feminino, 45,1% com ensino fundamental incompleto, 68,3% desempregados, 40,2% casados e 40,2% solteiros. A maioria dos cuidadores, 56,1%, eram filhos (as), 75,6% coabitavam com o idoso, sendo que 35,4% não possuíam ajuda para exercer o cuidado e 91,5% nunca receberam treinamento. Os idosos em cuidado domiciliar eram predominantemente mulheres, 67,7%, que não sabiam ler e nem escrever, 57,1%, viúvos 44%, com grau de dependência severa 47,6% e total 16,7%. A intervenção educativa promoveu melhoria do conhecimento, atitude e prática com significância estatística da seguinte forma: atitude (p<0,020) e prática (p<0,001) na relação de ajuda cuidador-idoso, no domicílio; conhecimento (p<0,001) e prática (p<0,003), na alimentação do idoso; conhecimento (p<0,001) e prática (p<0,001), no banho e higiene; e conhecimento (p<0,001), atitude (p<0,001) e prática (p<0,001), no domínio da mobilização e transferência. Conclui-se que a intervenção educativa favoreceu o aumento do conhecimento, atitude e prática em quase todos os domínios avaliados após a intervenção. Recomenda-se o desenvolvimento de estratégias educativas promovidas por enfermeiros aos cuidadores de idosos com enfoque na promoção da autonomia e independência funcional, com vistas à qualificação do cuidado domiciliar de idosos.(AU)