Tradução e adaptação transcultural da Spinal Cord Injury Secondary Conditions Scale

Publication year: 2015

O estudo objetivou traduzir e adaptar culturalmente para a língua portuguesa do Brasil a Spinal Cord Injury Secondary Conditions Scale. Trata-se de um estudo metodológico, realizado em seis fases, a saber: tradução inicial, síntese da tradução, tradução de volta à língua original, revisão por comitê de juízes especialistas da área, pré-teste da versão traduzida e validação de conteúdo. Os participantes do estudo foram cinco tradutores e cinco juízes na etapa de tradução e adaptação, e o pré-teste foi realizado em 30 pessoas com lesão medular traumática em domicílio, por meio da utilização de dois instrumentos: o formulário de caracterização sociodemográfica e clínica, e a aplicação da Spinal Cord Injury Secondary Conditions Scale – versão traduzida. Após a adaptação transcultural realizou-se a validação de conteúdo utilizando o julgamento dos itens por 17 especialistas da área de lesão medular. Para a análise dos dados da tradução e adaptação transcultural foram utilizados quadros e realizada a análise descritiva. Os dados sociodemográficos do pré-teste foram compilados e analisados por meio do programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 19.0, e apresentado em forma de tabelas. Para a análise da concordância dos juízes utilizaram-se cálculos estatísticos como o Índice de Validação de Conteúdo (IVC) e o Coeficiente kappa. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, da Universidade Federal do Ceará, com o parecer nº 562.694. Os resultados mostram que nas duas versões iniciais, T1 e T2, não houve diferenças significativas entre as traduções. Na síntese da tradução, o tradutor contemplou a maioria dos itens da T1. Na etapa da back translation, a tradução não possuiu disparidade do questionário original, ficando as diferenças a cargo da utilização de sinônimos. Na etapa da revisão pelo comitê de juízes aconteceu uma reunião visando a avaliar as equivalências semântica, idiomática, experimental e conceitual de cada item do questionário, de modo a se conhecer e solucionar todas as incoerências das traduções anteriores. Assim, obteve-se a versão pré-final da Spinal Cord Injury Secondary Conditions Scale – versão traduzida. Em seguida a escala foi aplicada no pré-teste em pacientes com lesão medular e alguns termos foram esclarecidos a fim de compor a versão final. Na análise de conteúdo o IVC foi de 0,95 e, dos valores individuais, apenas um dos itens obteve IVC abaixo do recomendado. No entanto, o instrumento foi considerado válido no conteúdo. Concluiu-se que a versão traduzida da Spinal Cord Injury Secondary Conditions Scale é um instrumento confiável, claro e compreensível, capaz de avaliar as condições secundárias da lesão medular. Com este estudo os profissionais de saúde disporão de uma escala para melhor avaliação de saúde, possibilitando o planejamento de intervenções e prestação de cuidados. Auxiliará, também, a ampliação do conhecimento da comunidade científica. (AU)