Avaliação da prática de enfermagem no processo de administração de medicamento intravenoso na pediatria
Publication year: 2015
O processo de administração de medicamento por via intravenosa (IV), uma das atividades mais importante da equipe de Enfermagem, possui alta incidência na assistência à criança em situação de urgência e emergência. Tal processo é considerado de alta complexidade e, quando não planejado, controlado e monitorado por meio de indicadores, fica exposto à imprevisibilidade de seus resultados, interferindo na qualidade da assistência. Objetivou-se avaliar a prática de enfermagem no processo de administração de medicamento por via IV na criança. Trata-se de um estudo exploratório, descritivo, observacional, de natureza quantitativa, desenvolvido no setor de urgência e emergência de um hospital pediátrico de referência da esfera municipal de Fortaleza-CE. A população do estudo foi constituída por 69 profissionais de enfermagem que participaram do processo de administração de medicamento pela via IV e que estavam nas escalas de trabalho durante o período do estudo na unidade investigada. A amostra dos profissionais foi composta por 36 técnicos de enfermagem e 2 enfermeiros. Para o número de observações, considerou-se o cálculo para população finita, com um total de 327 observações do processo de administração de medicamento por via IV. Para a coleta de dados realizou-se entrevista com a equipe de enfermagem e observação sistemática do processo de administração de medicamento por via IV na criança, considerando sete etapas, quais sejam: leitura da prescrição médica, higienização das mãos, preparo do material e medicação, orientação acerca do procedimento, técnica de punção e administração do medicamento. Tais etapas possuem ao total 47 ações. Os dados foram armazenados em um banco de dados produzidos no Excel do Windows 2010, analisados estatisticamente e de acordo com a literatura pertinente. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética sob parecer N0 805.953. Constatou-se que em 15% das observações o profissional de enfermagem não compreendeu a prescrição médica devido à letra ilegível do profissional. Em 78,0% das observações não houve a higienização das mãos. Identificou-se que todos os profissionais utilizaram equipamento de proteção individual (gorro e máscara), entretanto nenhum utilizou luvas. Dentre as 327 observações destacaram-se como dispositivo intravenoso periférico mais utilizado o scalp n° 21 (63,3%); escolha das veias do arco dorsal da mão (83,9%); êxito na primeira tentativa da punção venosa (82,6%); orientação sobre o procedimento para criança e/ou responsável (5,5%); acalma a criança (82,6%); realização de antissepsia da pele no local a ser puncionado com algodão embebido com álcool a 70% (100%); aguarda a evaporação do antisséptico para em seguida dar prosseguimento ao procedimento (45,6%); descarte adequado dos materiais utilizados durante o procedimento (89,3%); checou a prescrição imediatamente após a administração do medicamento (86,8%). Concluiu-se desempenho insatisfatório em 23 ações do processo de administração de medicamento por via IV. Portanto, sugere-se o desenvolvimento de capacitação para os profissionais de enfermagem acerca do processo de administração de medicamento. (AU)