Publication year: 2015
O presente estudo analisou o perfil epidemiológico dos óbitos por tuberculose ocorridos em Fortaleza de 2006 a 2013. Dos registros encontrados no Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) no período referido, constatou-se que 449 mortes tiveram a tuberculose como causa básica ou associada a outros agravos. Utilizando o instrumento de pesquisa Ficha de Investigação de Óbito por Tuberculose, foram realizadas visitas a 266 domicílios. Estudo do tipo documental, exploratório, descritivo e retrospectivo.
Foram observados os seguintes resultados:
a maior concentração de óbitos se deu na faixa etária entre 15 e 54 anos de idade, predominando o sexo masculino em quase todas as idades e a média de idade foi de 54,2 anos. Foi declarada renda familiar oscilando entre o Bolsa Família até um salário mínimo em 69,6% dos investigados. Em relação às moradias, 59% não tinha ventilação adequada, 50,7% não possuía filtros e 22% sem esgoto. A presença de hipertensão arterial foi de 23,6%, pneumonia 11,8%, cardiopatia 11,8%, DPOC em 10,5%, diabetes 9,7%, Aids em 7,7%, asma 7,6% e neoplasia em 6,7%. Quanto aos hábitos de vida observou-se que 45,1% eram alcoolistas, 44,3% tabagistas e 16,7% eram usuários de drogas. Quanto aos sinais e sintomas, 81,9% apresentou perda de peso, 81,4% dispneia, adinamia 79,4%, tosse 75,2%, caquexia 73,7% e febre em 72,2%. Dos 266 óbitos investigados, 43,2% dos doentes não foram notificados ao SINAN e 60,3% dos contatos não foram examinados. O estudo constatou que 54,2% moravam com quatro ou mais pessoas. Em relação ao local de ocorrência do óbito, foi visto que 68,1% faleceram no ambiente hospitalar enquanto 26,5% aconteceram no próprio domicílio. Foi observado o vínculo com subinformação,subregistro e subnotificação. Recomenda-se a aplicação das políticas públicas, reflexão e enfrentamento dos determinantes sociais que propiciam a vulnerabilidade e ampliam o risco de adoecimento da população.(AU)