Conhecimento, satisfação e segurança à saúde de usuárias de implante subcutâneo com etonogestrel
Publication year: 2015
Pesquisa transversal, que teve por objetivo realizar diagnóstico situacional do uso do implante subcutâneo com etonogestrel (Implanon®) na perspectiva do conhecimento, satisfação e segurança à saúde das usuárias. A população correspondeu às usuárias de Implanon® (N=181) da 2ª Coordenadoria Regional de Saúde do Estado do Ceará e a amostra tipo censo correspondeu a 106 sujeitos. Os dados foram coletados de março a novembro de 2014, por meio de entrevistas. Foram processados no software Statistical Package for Social Sciences (SPSS) versão 20.0, receberam análise estatística descritiva e bivariada (testes de Razão de Verossimilhança e de 2), considerando significância estatística das diferenças entre proporções p<0,05. A média de idade das participantes foi de 31,32±6,18 anos e de anos de estudos 11,83±3,74 anos; 77,4% declararam-se casadas ou em união estável. Predominou renda per capita de “mais de ¼ a ½ salário mínimo” (40,6%). O conhecimento sobre o Implanon® apresentou maiores proporções nos itens “não previne DST/HIV/aids” (95,3%), reversibilidade (93,4%), eficácia (91,5%), tempo adequado para troca do método (91,5%) e mecanismo de ação (83,0%). Constatou-se associação entre conhecimento sobre tempo para troca do Implanon® e municípios (p=0,016), em que os municípios 1 (28,0%) e 2 (17,6%) apresentaram maiores proporções de conhecimento inadequado; quanto à reversibilidade do Implanon® (p=0,051) e o método não prevenir DST/HIV/aids (p=0,030), o município 1 apresentou maior proporção de conhecimento inadequado, ou seja, 20,0% e 16,0%, respectivamente. Anos de estudos influenciou o conhecimento sobre o tempo adequado para a troca do método (p=0,015). Predominou o conhecimento sobre as alterações menstruais (72,6%). Município e anos de estudos influenciaram o nível de conhecimento sobre as alterações sistêmicas (p=0,016 e p=0,040, respectivamente), com o município 1 apresentando maior proporção de ausência deste conhecimento (24,0%) e 80% das usuárias de até 5 anos de estudos apresentaram ausência deste conhecimento. Sobre as complicações todos os itens prevaleceram “sem conhecimento”, com maior conhecimento quanto ao sangramento abundante (35,8%) e cefaleia intensa (34,0%). Município influenciou o conhecimento sobre a complicação sangramento abundante (p=0,012), com o município 2 apresentando maior percentual de desconhecimento (94,1%); acerca da infecção no local da inserção (p=0,024), os municípios 3, 4 e 1, apresentaram os maiores percentuais de desconhecimento (97,7%; 96,0%; e 90,9% respectivamente). A ausência de conhecimento sobre cefaleia intensa teve associação com anos de estudos (p=0,015), com os maiores percentuais de ausência de conhecimento recaindo sobre menos anos de estudos. Tempo de uso do método não influenciou o conhecimento. A maioria das participantes (71,7%) mostrou-se muito satisfeita, verificando-se associação entre satisfação e maior tempo de uso do Implanon® (p<0,0001). Repercussões incisionais acometeram 15,1% das participantes e não houve associação com município, tempo de uso do Implanon® e anos de estudos (p>0,05). Todas as usuárias apresentaram pelo menos um efeito adverso, predominando a amenorreia (74,5%). Complicações acometeram 27,4% das participantes, predominando o sangramento abundante (17,9%). Quanto à segurança à saúde, 74,5% das usuárias do Implanon® estavam nas categorias 1 e 2 dos critérios médicos de elegilibidade para uso de anticoncepcionais, 25,5% na categoria 3 e nenhuma na categoria 4.(AU)