Impacto da satisfação de puérperas com o parto vaginal na autoeficácia para amamentar

Publication year: 2015

Objetivou-se verificar a validade de critério das subescalas 2 e 3 do Questionário de Experiência e Satisfação com o Parto (QESP), considerando a Escala de Autoeficácia da Amamentação – Forma Abreviada (BSES- SF) como padrão-ouro. Desenvolveu-se um estudo metodológico, que buscou verificar a validade de critério das subescalas 2 e 3 do QESP, usando como padrão-ouro a BSES- SF, realizado na Maternidade Escola Assis Chateaubriand (MEAC) de Fortaleza. A amostra foi composta por 237 puérperas. A coleta de dados ocorreu no período de julho a outubro de 2014, a partir das seguintes etapas: no alojamento conjunto, aplicação do formulário de identificação do perfil sociodemográfico e obstétrico das puérperas e, em seguida, aplicação das subescalas 2 e 3 do Questionário de Experiência e Satisfação com o Parto (QESP) e da Breastfeeding Self- Efficacy Scale- Short Form (BSES-SF). A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em pesquisa da Maternidade Escola Assis Chateaubriand. Foi utilizado o programa SPSS versão 20.0 para análise dos dados. As mulheres do estudo tinham idade média de 22,4 anos, a maioria tinha entre 20 e 35 anos (56,5%), era proveniente da capital (75,9%), não eram da raça branca (78,9%), eram casadas/união estável (77,6%), com renda familiar de até 1 SM (47,3%) e tinham entre 9 e 12 anos de estudos (67,5%). Observou-se que a maioria das puérperas fez seis ou mais consultas de pré-natal (66,2%), teve 2 ou mais gestações (50,6%), era primípara (52,8%), entre as multíparas, a maioria teve parto vaginal anterior (85,7%), nenhum aborto (86,1%), amamentou anteriormente (87,5%), manteve contato imediato com o recém-nascido (64,1%) e teve um (AU)acompanhante de sua escolha na sala de parto (66,2%). Nas correlações entre os escores do QESP e as variáveis sociodemográficas e obstétricas apresentaram correlação estatisticamente significante, a faixa etária (p= 0,018), o estado civil (p= 0,027) e a presença do acompanhante em sala de parto (p= 0,015). O estado civil (p= 0,001), a realização de aborto anteriormente (p=0,044), a prática de amamentação anteriormente (p= 0,008) e a orientação sobre amamentação durante o pré-natal (p= 0, 021) apresentaram correlação estatisticamente significativa, nas correlações entre os escores da BSES-SF e as variáveis sociodemográficas e obstétricas. O Alfa de Cronbach das subescalas 2 e 3 do QESP na população estudada foi de 0,909 e 0,828, respectivamente, mostrando ser um instrumento válido. Houve correlação significante entre os escores do QESP e os escores da BSES-SF (p= 0,013). Logo, conclui-se que, entre as mulheres que experenciaram o parto vaginal, a alta autoeficácia em amamentar associou-se à maior satisfação global das puérperas com a experiência do parto. Verifica-se, portanto, a importância de garantir às mulheres ações que promovam a sua satisfação durante o processo parturitivo, bem como a sua confiança no ato de amamentar, por meio da promoção do aleitamento materno.