Análise e desenvolvimento do conceito de resiliência no envelhecimento
Publication year: 2015
A resiliência surge como mecanismo facilitador do processo de desenvolvimento humano. Representa um tipo de plasticidade que pode ser traduzida como o potencial de mudança do indivíduo e sua flexibilidade e resistência para lidar com desafios e exigências. O estudo da resiliência é recente, mas, de uma forma geral, os estudos têm tentado compreender o papel desta na infância e na adolescência. Diante desse cenário, surge a necessidade de conhecer como se constitui o fenômeno da resiliência no idoso uma vez que o seu esclarecimento representa um ganho para a melhor compreensão e promoção do tema na atenção gerontológica. O estudo buscou analisar e desenvolver o conceito de resiliência no envelhecimento, tendo como objetivo elaborar uma estrutura conceitual com base em análise teórica e empírica dos atributos, antecedentes e consequentes do fenômeno. Como método de construção utilizou-se o modelo híbrido de análise conceitual proposto por Swartz-Barcott e Kim (2000). A análise da literatura (fase teórica) e das entrevistas com idosos e profissionais (fase de campo) permitiu a maior compreensão da manifestação do fenômeno nos diversos cenários em que o idoso está inserido e a apresentação de uma estrutura conceitual que de forma sucinta pretende esclarecer o tema preenchendo as lacunas das definições encontradas na literatura. Os antecedentes observados nas duas fases do estudo demonstram que a resiliência no envelhecimento está relacionada diretamente com o apoio social e a experiência acumulada na superação de adversidades. Quanto aos atributos do conceito destacam-se a melhor adaptação as adversidades, otimismo, aceitação dos próprios limites e da idade além de força de vontade, autoestima e autonomia. Por fim, os consequentes observados como longevidade com qualidade de vida; comportamento de busca de saúde; bem-estar psicológico e saúde mental; bom humor; estilo de vida saudável; aceitação do envelhecimento; enquadramento na sociedade, respeito e receptividade além de um envelhecimento ativo e saudável demonstram os benefícios que advém da manutenção de comportamentos resilientes pelo idoso. O conceito mostrou-se aplicável e relevante para a enfermagem. Os profissionais da saúde entre eles o enfermeiro podem utilizar o conceito como uma ferramenta facilitadora da atenção à pessoa idosa. Um dos principais resultados do estudo mesmo que em pequena escala é a possibilidade de tornar-se um meio de divulgação do conceito de resiliência no envelhecimento. Poderá ser fonte de pesquisa para aqueles que desejarem conhecer o conceito e desenvolver intervenções direcionadas a esta população além de estimular o desenvolvimento de outros estudos acerca da temática. (AU)