Prevalência de diagnósticos de enfermagem de incontinência urinária em pacientes com acidente vascular cerebral

Publication year: 2015

Objetivou-se identificar a prevalência dos diagnósticos de enfermagem Incontinência urinária de esforço, Incontinência urinária de urgência, Incontinência urinária funcional, Incontinência urinária por transbordamento e Incontinência urinária reflexa em pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC). Estudo transversal, desenvolvido em dois hospitais públicos localizados na cidade de Fortaleza/CE, nos meses de setembro a novembro de 2013. A amostra foi composta por 156 pacientes com diagnóstico médico de AVC. Para a coleta de dados, realizou-se entrevista com formulário elaborado com base nas características definidoras dos diagnósticos de enfermagem. Estes dados foram encaminhados a enfermeiros diagnosticadores, para que inferissem a ocorrência dos diagnósticos de incontinência urinária. Desenvolveu-se análise estatística com o pacote estatístico SPSS e com adoção do nível de significância de 7%. A maior parte dos participantes era do sexo masculino, com idade média de 62,28 anos, vivia com companheiro, era aposentada e tinha baixa escolaridade. Os indicadores de risco mais prevalentes para incontinência urinária, além do AVC, foram: consumo de café, mobilidade prejudicada, hipertensão arterial e diabetes. Entre os cinco diagnósticos estudados, Incontinência urinária por transbordamento apresentou maior prevalência (72,4%), seguido de Incontinência urinária funcional (53,2%), Incontinência urinária reflexa (50,0%), Incontinência urinária de urgência (41,0%) e Incontinência urinária de esforço (37,8%). Pertinente ao diagnóstico de Incontinência urinária por transbordamento, os indicadores clínicos de maior prevalência foram: Distensão da bexiga e Noctúria. No que diz respeito ao diagnóstico de Incontinência urinária funcional, as características definidoras de maior prevalência foram: Sente desejo de urinar e É capaz de esvaziar completamente a bexiga.

O diagnóstico de Incontinência urinária reflexa apresentou prevalências elevadas dos indicadores clínicos:

Incapacidade de inibir voluntariamente o esvaziamento da bexiga, Ausência de sensação de urgência para esvaziar a bexiga e Sensação de urgência sem inibição voluntária de contração vesical. Para o diagnóstico de Incontinência urinária de urgência, as maiores prevalências foram para as características definidoras Relatos de urgência urinária e Relatos de incapacidade de chegar ao banheiro a tempo de evitar perda de urina. Em relação ao diagnóstico de Incontinência urinária de esforço, os indicadores clínicos com prevalências significativas foram: Relatos de perda involuntária de pequenas quantidades de urina ao espirrar e ao tossir. Os diagnósticos de enfermagem Incontinência urinária de esforço, Incontinência urinária de urgência, Incontinência urinária funcional e Incontinência urinária reflexa apresentam associações estatística entre si. O diagnóstico de Incontinência urinária por transbordamento não apresentou associação estatística significante com o diagnóstico de Incontinência urinária de esforço e com Incontinência urinária reflexa. Pertinente à associação dos diagnósticos de incontinência urinária com variáveis sociodemográficas evidenciou-se que a variável idade apresentou relação estatística significante com Incontinência urinária funcional e Incontinência urinária por transbordamento. Considera-se que o presente estudo forneceu o perfil diagnóstico de incontinência urinária da população com AVC, podendo, dessa forma, contribuir para que as intervenções de enfermagem sejam direcionadas para intervenções específicas.(AU)