Estado nutricional e sua influência na recuperação funcional após Acidente Vascular Cerebral

Publication year: 2021

A desnutrição associada à doença é um grave problema que pode influenciar o prognóstico, aumentar os tempos de internamento, os custos e os resultados em saúde. No doente vítima de AVC, onde são frequentes as alterações do estado de consciência, a presença de disfagia orofaríngea e outras comorbidades, as consequências clínicas da desnutrição poderão afetar os processos de reabilitação e a funcionalidade.

Objetivos:

O presente estudo teve como objetivo principal avaliar o o risco nutricional em doentes com AVC, aquando da admissão no internamento e aos três meses após a alta hospitalar, e procurar associações entre o estado nutricional e outras variáveis referentes ao estado funcional.

Métodos:

Foram avaliados 70 doentes ingressados consecutivamente numa Unidade de AVC, na admissão, alta e 3 meses após a alta. Do formulário faziam parte variáveis sociodemográficas e clínicas. Nos 3 momentos de avaliação foi aplicada a Mini Avaliação Nutricional (MNA) para aferir o estado nutricional e a Escala de Rankin Modificada (ERM) e Índice de Barthel (IB) para avaliação da funcionalidade.

Resultados:

Dos doentes avaliados (76,1±11,2 anos) (80%) apresentavam AVC isquémico e 20% AVC hemorrágico. Os dados relativos ao estado funcional (ERM, IB) e ao estado nutricional (MNA) variaram significativamente de acordo com os vários momentos de avaliação (p<0,05). Observou-se uma correlação entre o estado nutricional e a funcionalidade em todos os momentos de avaliação (p< 0,05).

Conclusão:

Pela análise estatística realizada conclui-se que um bom estado nutricional prognostica uma melhor funcionalidade, analisando esta última variável quer através da ERM quer através do IB.
Malnutrition associated with the disease is a serious problem that can influence the prognosis, increase hospitalization times, costs and health outcomes. In a stroke victim, where changes in the state of consciousness are frequent, the presence of oropharyngeal dysphagia and other comorbidities, the clinical consequences of malnutrition may affect the rehabilitation processes and functionality.

Aim:

The main objective of this study was to assess the nutritional risk in stroke patients, upon admission to hospital and three months after hospital discharge, and to look for associations between nutritional status and other variables related to functional status.

Methods:

Seventy patients admitted consecutively to a stroke unit were evaluated on admission, discharge and 3 months after discharge. The form included sociodemographic and clinical variables. In the 3 assessment moments, the Mini Nutritional Assessment (MNA) was applied to assess the nutritional status and the Modified Rankin Scale (mRS) and Barthel Index (BI) to assess functionality.

Results:

Of the patients evaluated (76.1 ± 11.2 years) 80% had ischemic stroke and 20% hemorrhagic stroke. The data related to functional status (mRS, BI) and nutritional status (MNA) varied significantly according to the various moments of assessment (p <0.05). There was a correlation between nutritional status and functionality at all times of assessment (p <0.05).

Conclusion:

From the statistical analysis performed, we concluded that a good nutritional status predicts a better functionality, analyzing this last variable either through the mRS or through the BI.