Possibilidades e limites do trabalho de agentes comunitários de saúde para a promoção da saúde
Possibilities and limits of the work of community health workers to promote health
Publication year: 2015
Estudo exploratório, descritivo, com abordagem qualitativa, que tomou como objeto o processo de trabalho dos agentes comunitários de saúde (ACS). O objetivo geral foi identificar possibilidades e limites no trabalho dos ACS para a realização de ações de promoção da saúde. O embasamento teórico incluiu a teoria da determinação social do processo saúde e doença, o paradigma da promoção da saúde e os princípios da educação popular em saúde. O método utilizado para interpretação dos dados foi a hermenêutica dialética. Na primeira fase da pesquisa, foi realizada análise documental dos relatórios finais das três últimas Conferências Municipais de Saúde, do Relatório de Gestão 2012 e dos dois últimos Planos Municipais de Saúde de Campo Grande, MS, para identificar como abordaram os temas de educação permanente, intersetorialidade, participação social e condições de trabalho dos ACS. Também se procedeu à caracterização dos ACS e das práticas de promoção da saúde por eles desenvolvidas no cotidiano de trabalho em equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF). Na segunda fase, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com oito gerentes das Unidades Básicas Saúde da Família e com a Coordenadora Municipal da ESF para identificar a percepção sobre o trabalho realizado pelos ACS. Em seguida, foram desenvolvidas seis oficinas pedagógicas com os ACS para identificar suas concepções sobre processo saúde-doença, necessidades sociais e de saúde, processo de trabalho e formação. Para análise do material empírico, foi utilizada a análise temática, que permitiu identificar as seguintes categorias: O processo saúde-doença e a promoção da saúde, A realidade do território: Problemas de saúde e necessidades sociais, (Des)caminhos e (im)possibilidades da promoção em saúde esta desdobrada nas subcategorias A educação permanente na realidade de trabalho dos ACS, O desafio da participação social e A ESF e a intersetorialidade e O cotidiano de trabalho do ACS. A análise dos resultados indicou que, para que os ACS desenvolvam um trabalho voltado à promoção da saúde, são necessárias a adoção de uma política intersetorial, a gestão participativa com fomento à participação social e novas práticas em saúde ancoradas na clínica ampliada e na educação permanente em serviço, além de um processo de formação dos ACS baseado na educação popular em saúde.
The object of this exploratory, descriptive investigation with a qualitative approach was the work process of Brazilian community health workers (CHWs). The studys overall purpose was to identify the possibilities and limitations experienced by CHWs while carrying out health promotion practices. The theoretical framework comprised the theory of social production of health and disease, the health promotion paradigm, and principles of popular education in health. Hermeneutic dialectics was the method employed for data interpretation. The first phase of the investigation consisted in analyzing the final reports of the three latest Municipal Health Conferences, the 2012 Management Report, and the two latest Municipal Health Plans for Campo Grande (the capital city of Mato Grosso do Sul state), to detect their approaches to the following topics: permanent education, intersectorality, social participation, and working conditions among CHWs. The study also characterized the profiles of CHWs and the health promotion practices addressed in their daily work as members of Family Healthcare Strategy (FHS) teams. In the second phase, semi-structured interviews were conducted with eight managers of Family Healthcare Units and the FHS Municipal Coordinator to identify their perceptions of the work performed by CHWs. Subsequently, six educational workshops were conducted with CHWs to identify their conceptions of the healthdisease process, social and healthcare needs, work process, and professional education.