Efeitos de uma tecnologia educativa na autoeficacia para amamentar e no aleitamento materno exclusivo aos dois meses de vida da criança
Publication year: 2014
O aleitamento materno exclusivo (AME) até seis meses contribui para a Promoção da Saúde da mulher e da criança. Contudo, muitas mães interrompem o AME por falta de confiança. A autoeficácia materna para amamentar é um forte preditor de risco para o desmame precoce. Portanto, a educação em saúde pautada no conceito de autoeficácia pode favorecer o AME. Neste sentido, a pesquisa objetivou avaliar os efeitos da utilização, do álbum seriado "Eu posso amamentar meu filho", na autoeficácia materna para amamentar, no pré-natal e puerpério e a sua repercussão no AME.nos primeiros dois meses de vida da criança. Trata-se de um ensaio clínico controlado randomizado realizado com 112 gestantes no terceiro trimestre de gestação, distribuídas de forma aleatória no grupo intervenção (GI) e controle (GC). A intervenção caracterizou-se pela educação em saúde utilizando um álbum seriado no GI e os efeitos comparados nas gestantes do GC. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas presenciais no pré-natal e por contato telefônico na 2ª, 4ª e 8ª semana pós-parto. Foi utilizada Breastfeeding Self-Efficacy Scale: Psychometric Assessment of the Short Form (BSES-SF) para mensurar os escores de autoeficácia. Além da BSES-SF foram usados três formulários para investigar perfil socioeconômico, antecedentes obstétricos e gestação atual; variáveis associadas ao parto, nascimento e alimentação do recém nascido; e o padrão alimentar das crianças nos primeiros dois meses de vida. Na análise foi utilizada estatística descritiva; bivariada por meio de testes de comparação de proporções e médias; e avaliação do risco relativo. Foi observada homogeneidade entre os grupos na linha de base para variáveis socioeconômicas e experiência com amamentação. Não houve diferença na média dos escores da BSES-SF, antes da intervenção, entre os grupos (p=0,408). Constatou-se diferença estatística significante nas médias dos escores de autoeficácia entre as mulheres do GI quando comparadas as do GC (p<0,001), na 2ª, 4ª e 8ª pós-parto. A probabilidade das mulheres do GI atingirem escores de eficácia alta na oitava semana pós-parto foi maior que as do GC (RR 1,4; IC 1,13-1,68). Verificou-se também diferença estatística significante (p<0,001) nas taxas de AME entre os grupos na oitava semana pós-parto, a probabilidade de amamentar exclusivamente no GI foi 2 vezes maior que no GC (RR 2,2 IC 1,51-3,21). O AME entre primíparas no GI também foi maior que no GC (RR 2,7 IC 1,37-5,23). Os resultados do estudo indicam que a intervenção educativa com um álbum seriado, elaborado a partir do conceito da autoeficácia para amamentar, aplicada às gestantes repercutiu positivamente na autoeficácia para amamentar e na manutenção do AME nas mulheres do GI. Ademais observou-se associação positiva entre os escores de autoeficácia e as taxas mais elevadas de AME nos primeiros dois meses de vida da criança.(AU)