Qualidade de vida pós-transplante de fígado em um centro de referência no nordeste do Brasil

Publication year: 2014

A insuficiência hepática terminal é uma condição patológica de grande impacto na vida das pessoas, levando a necessidade de tran splante de fígado como única possibilidade de reversão do quadro terminal, com repercussões ao nível biológico, psicológico e social. O objetivo do estudo foi a valiar a qualidade de vida relacionada à saúde de pacientes submetidos ao transplante hepático. Trata - se de um estudo exploratório descritivo, analítico, com abordagem quantitativa, realizado com uma amostra de 150 pacientes submetido s ao transplante de fígado em um Centro de Referência para transplantes em Fortaleza - Ceará . A coleta de dados foi real izada de julho de 2012 a janeiro de 2013 , com a aplicação de um instrumento referente ao s aspectos sociodemográ ficos e clínicos , e d o questionário Liver Disease Quality of life (LDQOL). O projeto seguiu as exigências éticas e foi aprovado pelo Comitê de Ét ica em Pesquisa da instituição sob o protocolo nº 041.06.12. O s resultados demonstraram melhoria significativa (p < 0,05) nos níveis de qualidade de vida dos pacientes entre o período pré e pós - transplante em todos os domínios avaliados .

A idade apresentou correlação negativa n os domínios :

sintomas da doença hepática (p = 0,049), sono (p = 0,023) e função sexual (p = 0,03) . Os homens apresentaram melhores índices significativos de QVRS do que as mulheres somente na dim ensão isolamento ( p = 0,037) . Pacientes com nível de instrução mais alto apresentaram maiores valores n o domínio estigma da doença hepática (p = 0,014) . Houve correlação entre renda e a qualidade de vida dos pacientes (r = - 0,129; p = 0,001), com interferência nos domínios qualidade da interaçã o social (p = 0,033) e estigma da doença (p = 0,046). Foi identificada influência negativa (p<0,05) da gravidade da doença hepática pela escala de Child na qualidade de vida antes do transplante em sete domínios.

A presença de comorbidade exerceu influênci a negativa no s domín ios:

preocupação (p = 0,007), sono ( p = 0,014) e esperança ( p = 0,050). As complicaç ões tiveram impacto negativo nos domínios memória ( p = 0,018) e qualidade da interação social ( p = 0,002) , além de fraca influência sobre o estigma da d oença. Conclui - se que o transplante teve impacto positivo em todos os domínios avaliados e que houve influência de v ariáveis sociodemográficas e clínicas nos resultados de qualidade de vida . Dessa forma, a identificação dos fatores que interferiram negativ amente pode rá contribuir para o planejamento de intervenções de cuidados que possam favorecer a saúde e melhoria da qualidade de vida desses indivíduos.(AU)