Publication year: 2012
Contextualização:
Em Portugal, o AVC constitui a principal causa de incapacidade de longa duração e de diminuição da qualidade de vida. A reabilitação funcional do doente é um dos requisitos básicos no tratamento pós-AVC. Neste contexto, o objetivo do presente estudo pretendeu analisar o modo como determinadas variáveis de contexto sociodemográfico, familiar e clínico estão associadas à qualidade de vida destes doentes. Métodos:
Realizou-se um estudo transversal, descritivo correlacional, de natureza quantitativa, no qual participaram 75 doentes, maioritariamente do sexo masculino (53,33%), com uma média de idades de 68 anos. Para a mensuração das variáveis utilizaram-se instrumentos de medida, de reconhecida fiabilidade, aferidos e validados para a população portuguesa: Escala de Apgar Familiar, Escala de Barthel e Questionário de avaliação da qualidade de vida (PSN). Foi também utilizada uma ficha sociodemográfica e clínica. Resultados:
Analisando as dimensões da qualidade de vida constatamos que os doentes do sexo feminino apresentam scores superiores em todas as dimensões, existindo diferenças estatísticas significativas apenas para o Isolamento Social. Os participantes solteiros revelaram valores médios mais elevados, resultando em diferenças estatisticamente significativas para o Isolamento Social. Os participantes total e severamente dependentes foram os que revelaram médias mais elevadas na maioria das dimensões, com diferenças estatisticamente significativas em todas as dimensões, exceto na Dor. As variáveis idade, influência da residência, habilitações literárias, situação laboral, condições habitacionais, tipo de AVC, tempo de internamento, local da lesão, influência do programa de reabilitação e funcionalidade familiar não revelaram um efeito significativo sobre a qualidade de vida. Conclusão:
As evidências encontradas neste estudo fornecem indicadores para uma melhor intervenção junto dos doentes com AVC, de forma a melhorar a sua adaptação e bem-estar, e da sua família, contribuindo para a sua qualidade de vida. Por outro lado, sensibilizou-nos para a importância em ajustar os cuidados específicos de reabilitação às expetativas e necessidades desses indivíduos.
Background:
In Portugal, cerebrovascular accident (CVA) is the leading cause of long-term disability and diminished quality of life. The functional rehabilitation of the patient is one of the basic requirements in the treatment post-CVA. In this context, the objective of the present study is to examine how certain circumstantial, sociodemographic, familiar and clinical variables, the family functionality and functional independence are associated with the quality of life of these patients. Methods:
it was made a cross-sectional, descriptive correlacional, quantitative study, in which participated 75 patients, mostly male (53,33%), with a mean age of 68 years old. For the measurement of the variables, were used measuring instruments of acknowledged reliability, measured and validated to the portuguese population: the Familiar Apgar Scale, the Barthel Scale and the Quality of Life Assessment Questionnaire. It was also used a sociodemographic and clinical data sheet. Results:
Analyzing the dimensions of quality of life it was found that female patients have higher scores in all dimensions, and there are significant statistical differences only to Social Isolation. Unmarried participants showed higher average values, resulting in significant statistically differences to Social Isolation. The total and severely dependents participants were those who revealed higher average values in most dimensions, with differing slightly significant statistics, very significant and extremely significant in most dimensions, except in Pain. The variables age, influence of residence, qualifications, employment, housing conditions, type of cerebrovascular accident, time of hospitalization, location of the lesion, influence of rehabilitation programme and family functionality did not show a significant effect on the quality of life. Conclusion:
The evidence found in this study provide indicators for a better assistance to patients with cerebrovascular accident, in order to improve their well-being and adjustment, and of his family, contributing to their quality of life. On the other hand, moved us to the importance in adjusting the specific rehabilitation cares of these patients’ expectations and needs.