Aplicação da cartilha virtual sobre autoexame ocular: uma perspectiva de aprendizagem significativa

Publication year: 2014

Objetivou-se avaliar uso da cartilha educativa virtual como ferramenta para promover a autoavaliação ocular subsidiada pelo pressuposto da aprendizagem significativa. Estudo quase experimental, desenvolvido em uma universidade pública federal brasileira, com alunos regularmente matriculados em cursos de graduação. A amostra foi composta por 324 estudantes, entre janeiro a maio de 2014, por uma equipe de treze acadêmicos de enfermagem e dois enfermeiros. Para coleta, utilizaram-se quatro instrumentos, durante o procedimento a equipe realizava observação, e, ao seu término, o exame ocular. Para análise estatística utilizou-se o software SPSS versão 19.0, bem como para medir o grau de concordância entre os resultados dos exames, foi realizado o teste Kappa, considerando-se nível de significância de 5% e p-valor de 0,05. A fim de verificar a relação entre o seguimento dos passos no autoexame, utilizou-se teste de Qui-quadrado ou exato de Fisher, e seguiu-se as recomendações éticas propostas pela Resolução 466/12. A maioria dos participantes era do sexo masculino 193 (59,6%), sendo 294 (91,0%) solteiros, 279 (86,1%) procedentes do interior do Piauí, idade média de 21 anos, com renda familiar média de R$ 737 mensais. Apesar do desconhecimento sobre problemas oculares, 98 (30,2%), constatou-se que o erro de refração foi o principal problema ocular, 175 casos (54,0%). Um número expressivo, 321 (99,1%), concordou que a realização do exame ocular não se restringia apenas ao médico e mesmo não substituindo a consulta com oftalmologista, 222 (68,8%), o autoexame deveria ser adotado como prática regular, 266 (82,4%), tendo a cartilha virtual apontado corretamente sua forma de realização, 273 (84,6%). Reiterada pela percepção de que a cartilha está organizada de forma lógica e clara, 305 (94,4%), os materiais para o exame são fáceis de serem encontrados, 319 (98,8%), bem como sua linguagem simples, 313 (96,6%). Comprovou-se ser possível a aprendizagem significativa mediada pela cartilha virtual, pois comparativamente os resultados dos exames mostraram-se similares, obtendo-se apenas nos exames da acuidade visual para perto e visão periférica índice de concordância considerado razoável, os demais foram superiores, com índice Kappa>0,2. Apenas a inobservância da higiene das mãos antes do procedimento, 52 (16,3%), e o posicionamento da escala de Snellen, 144 (44,4%), foram realizados de forma incorreta, sendo o segundo fator determinante para comprometimento do teste da acuidade visual. A cartilha virtual sobre autoexame ocular promove aprendizagem significativa, funcionando como organizador da estrutura cognitiva, possibilitando aprendizado por descoberta dirigida e autônoma.(AU)