Independência funcional e regresso ao domicílio: variável chave para a enfermagem de reabilitação

Publication year: 2011

Introdução:

Embora o envelhecimento não seja sinónimo de doença e dependência, o seu processo potencia a limitação progressiva das capacidades do indivíduo, para satisfazer as Actividades de Vida Diária com autonomia, conduzindo a maiores necessidades de apoio informal e/ou formal.

Objectivos:

identificar em que medida as variáveis sócio – demográficas, clínicas, habitacionais e de suporte social influenciam a independência funcional no regresso do idoso ao seu meio sócio – familiar.

Método:

Optámos por uma metodologia triangulada, seguindo uma via descritivo-correlacional, utilizando para o efeito uma amostra não probabilística por conveniência, constituída por 50 doentes internados num Serviço do Hospital São Teotónio, E.P.E. - Viseu, e seus cuidadores informais. O instrumento de medida utilizado foi uma entrevista semi-estruturada e o Índice de Barthel Resultados: A população estudada é maioritariamente masculina, com uma média de idades de 73,7 anos, casada, residente em meio rural. Tem como habilitações o 1º ciclo de estudos e predomínio de doenças cérebro-vasculares. Apresenta dependência moderada no momento da alta, regressando preferencialmente ao domicílio próprio.

As variáveis que influenciaram significativamente a independência funcional são:

a idade, habilitações literárias, local de residência após o internamento, a adaptação habitacional e o apoio formal.

Conclusões:

Não obstante a pouca relevância do perfil do cuidador, a sua inexistência ou impossibilidade no cuidar foi preditiva de institucionalização. O presente estudo poderá então ser mais um contributo no desenvolvimento de estratégias de sensibilização/acção com vista ao sucesso de um plano de reintegração sócio-familiar.

Introduction:

Although aging is not synonymous with illness and dependency, the process enhances the progressive limitation of the capabilities of the individual to meet daily living activities independently, leading to greater need for informal and / or formal support.

Objectives:

To identify the extent to which socio - demographic, clinical, housing and social support influence the functional independence of the elderly in return for their socio - familiar environment.

Method:

We chose a triangulated methodology, following a descriptive–correlational route, using for this purpose a non-probabilistic sample for convenience, consisting of 50 patients admitted in Service Hospital S. Teotónio, E.P.E. - Viseu and their caregivers. The measuring instrument used was a semi-structured interview and the Barthel Index.

Results:

The studied population is mostly male, with an average age of 73.7 years old, married, residing in rural areas. Their qualifications are the 1st cycle of studies (four years of Primary School) and have a predominance of cerebrovascular diseases. Shows moderate dependence at discharge, preferably returning to their own home.

The variables that significantly influenced the functional independence are:

age, qualifications, place of residence after the internment, housing adaptation and formal support.

Conclusions:

Despite the limited relevance of the caregiver's profile, their absence or inability to care was predictive of institutionalization. This study could then be a further contribution in the development of awareness strategies / actions for the success of a plan of socio-familiar reintegration.