Ensino-aprendizagem da Escala de Coma de Glasgow: análise de duas técnicas em enfermeiros do serviço de emergência
Teaching-learning of Glasgow Coma Scale: analysis of two techniques among nurses in emergency department
Publication year: 2001
Partindo do princípio de que existe a necessidade de padronizar os enfermeiros quanto à avaliação do nível de consciência, em pacientes atendidos no Serviço de Emergência (SE), utilizando a Escala de Coma de Glasgow (ECGI), questiona-se quais as técnicas de ensino-aprendizagem mais adequadas. O presente estudo, limitado a medir a aquisição do conhecimento nessa temática, teve como objetivos analisar duas técnicas de ensino-aprendizagem, sendo uma a de exposição oral com slides e a outra, a leitura dirigida, em enfermeiros que atuam nos SE do município de São Paulo, divididos em dois grupos, com vistas a: caracterizá-los, segundo algumas variáveis sociodemográficas, de aperfeiçoamento profissional e de utilização da ECGI; mensurar o grau de conhecimento, utilizando um teste de conhecimentos sobre a ECGI, antes de aplicar as duas técnicas; verificar o grau de aquisição de conhecimentos, utilizando o mesmo teste de conhecimentos, após a aplicação das duas técnicas. A coleta de dados foi feita com sorteio prévio dos hospitais selecionados quanto à técnica a ser aplicada e realizada no final de 1999 e início de 2000. Os enfermeiros dos hospitais sorteados para serem submetidos à exposição oral compuseram o Grupo 1 e à leitura dirigida, o Grupo 2. Nas características dos dois grupos de enfermeiros, verificaram-se diferenças estatisticamente significativas nas variáveis idade, tempo de formado e utilização da ECGI. Os enfermeiros do Grupo 1 eram mais jovens, com faixa etária predominante entre 22 a 25 anos (45,5%), graduados há menos de 4 anos (72,7%) e a grande maioria relatou utilizar a ECGI, às vezes (72,7%). Contrariamente, os enfermeiros do Grupo 2 tinham mais de 31 anos (86,3%) e destes, 40,9%, mais que 41 anos; estavam mais distribuídos quanto ao tempo de formado, sendo que mais da metade tinham se graduado há mais de 5 anos; e, acima de um terço (36,4%) relatou nunca usar a ECGI e 40,9%, ) às vezes. Homogeneidade nas demais variáveis com preponderância do sexo feminino, e solteiros, graduação em escolas da Grande São Paulo e de tempo de experiência em SE menor que 5 anos e cursos de educação continuada variada e baixa, com exceção de Basic Life Support (BLS), frequentado por 45,5% dos enfermeiros do Grupo 1. Na mensuração do grau de conhecimento prévio dos enfermeiros, constatou-se, na totalização de pontos, os dois Grupos alcançaram mais de 50% de acertos; aqueles do Grupo 1 totalizaram 273 (62,0%) pontos de acertos de um total de 440 pontos; os do Grupo 2 perfizeram 231 (52,5%) pontos. Em relação à aquisição de conhecimentos, após serem submetidos às duas técnicas de ensino-aprendizagem, verificou-se que o Grupo 1, no global, apresentou incremento estatisticamente significativo da fase pré para a pós do processo e ele foi de 29,8%; obteve altos percentuais de acertos, em várias questões, já na fase pré e incremento de conhecimentos estatisticamente significativo, também, na maioria das questões, principalmente naquelas de aplicação prática. O Grupo 2, embora no global tenha obtido incremento estatisticamente significativo da fase pré para a pós da ordem de 8,2%, ficou inconclusivo devido à ocorrência de um importante fator interveniente, caracterizado como não leitura do texto por parte de 55,0% dos participantes. Contudo, na análise por questão, pode-se constatar que o grupo apresentou acerto em menos da metade (41,0%) das questões, na fase pré, demonstrando a precariedade da base de conhecimentos deste Grupo e a necessidade de sanar essas lacunas. Embora os resultados obtidos apontem para a superioridade da técnica de exposição oral com slides em relação à leitura dirigida, incluindo maior adesão em participar, esta conclusão deve ser interpretada com restrição, visto que a leitura para atualização não demonstrou ser uma atividade do cotidiano desses enfermeiros
Considering the fact there is the need to standardize nurses in relation to evaluating the level of consciousness in patients attended in emergency department (ED), by making use of the Glasgow Coma Scale (GCS), one questions which teaching-learning techniques are more adequate. The present study, limited to measuring the aquisition of knowledge regarding this topic, had the objective of analysing two teaching-learning techniques, one of them through lecturing with slides and the othner one through guided reading, among nurses working in ED in the city of São Paulo.