Análise dos registros de enfermagem sobre dor e analgesia em doentes hospitalizados

Publication year: 2001

Este trabalho é um estudo descritivo-exploratório que analisou os registros de enfermagem sobre dor, analgesia e satisfação com analgesia em doentes com queixa dolorosa internados em uma instituição oncológica, no período de outubro a novembro de 1999. Foram entrevistados 38 doentes internados em duas unidades médico-cirúrgicas que relataram dor no período analisado. Observou-se que o registro de enfermagem sobre a presença ou ausência de dor nas últimas vinte e quatro horas, ocorreu em 94,8% (n=36) dos prontuários analisados. Observou-se que o registro de enfermagem sobre a presença ou ausência de dor ocorreu em cerca de 50% dos casos no período da manhã, em 79% à tarde e em 89% à noite. Quando se analisou os plantões, manhã, tarde ou noite, em 25% dos casos não havia registro. O registro sobre a caracterização da dor foi insuficiente e restringiu-se à descrição de local (77,1%) e intensidade (44,7%). A coincidência entre o registro de enfermagem e o relato do doente sobre as característica da dor foi pequena e ocorreu em 7 casos, quanto ao local e intensidade, em 5 vezes, quanto à duração e aos prejuízos da dor e, em 3 ocasiões sobre a qualidade da dor. Os registros de enfermagem são forma de comunicação entre as equipes entre os turnos, além de fonte para pesquisa e base para auditoria. Sua inadequação compromete a assistência ao doente e, portanto, o seu aperfeiçoamento é meta a ser perseguida. Talvez o manejo da dor possa ser um bom indicador clínico de qualidade de assistência visto a frequência com que ocorre e as repercussões que acarreta
This work is a descriptive and explorer study that analysed the nursing records about pain, analgesic and satisfaction with analgesic aid in patients with pain interned in a cancer institution, between October and November in 1999. We had interviewed 38 interned patients in two surgical medical that maintained pain in the analysed period. We observer that the nursing records about pain presence or absence in the last twenty four hours happened in 94,8% (n=36) of the analysed registers. Observed that the nursing records about the pain presence or absence happened in about 50% of the cases in the morning, in 79% in the afternoon and in 89% at night. When analysed morning, afternoon and night duties, in 25% of the cases there was no register. The register about characterization of the pain was description (77,1%) and intensity (44,7%). The coincidence between the nursing records and the patient report about pain characteristics was little and happened in seven cases, about the local and intensity five times about remain and damage of the pain and, in three times about the quality of the pain. The nursing records are communication ways between teams and between the duties, and besides it is a source to research and a support to audit. It's inadequation endanger the patient assistence and, therefore it's improvement is a target to be followed . Perhaps the carry out of the pain can be a good clinic indicator of a quality assistence considering the frequency that this happen and repercussion that it brings