Autonomia do doente institucionalizado na percepção de enfermeiras de um hospital público
Autonomy of the hospitalized sick person from the point of view of a nurse in a public hospital
Publication year: 2001
Esta pesquisa teve como objetivo desvelar como as enfermeiras de uma instituição pública hospitalar, percebem o fenômeno autonomia do doente institucionalizado nas decisões relativas ao seu tratamento, cuidado e bem-estar, no cotidiano da prestação da assistência de enfermagem. Tendo em vista o objetivo do estudo, foi adotada a pesquisa qualitativa, na modalidade da "estrutura do fenômeno situado". Para a obtenção das descrições, quatorze enfermeiras foram entrevistadas tendo as seguintes questões norteando o assunto abordado: O que é autonomia do doente institucionalizado?" e "Como você percebe a participação do doente nas decisões relativas a seu tratamento, cuidado e bem-estar, durante o período de internação?". A análise dos discursos, segundo a metodologia adotada, possibilitou identificar os seguintes temas: "A relação (não) simétrica entre o profissional da saúde e o doente", "O (não) esclarecimento ao doente institucionalizado", "Os limites da enfermeira", "A (não) participação do doente institucionalizado nas decisões relativas à sua assistência", " O (des) respeito aos direitos do doente institucionalizado", "A família do doente institucionalizado" e "As regras institucionais". Com os temas assim disponibilizados foi possível caminhar em direção à estrutura do fenômeno. Emergiram então proposições que possibilitaram desvelar o fenômeno "a vivência de enfermeiras quanto a autonomia do doente institucionalizado em um hospital público e a participação deste nas decisões relativas ao seu tratamento, cuidado e bem-estar", evidenciando que as enfermeiras, na sua grande maioria, desconhecem os direitos do doente institucionalizado. O direito à participação nas decisões relativas ao seu tratamento, cuidado e bem estar quase sempre é negado ou omitido ao doente. Embora reconhecendo no doente esse direito, dificilmente a enfermeira facilita sua manifestação pois a ela cabe cumprir as normas e rotinas ) institucionais, mesmo em detrimento aos direitos do doente. Para a enfermeira, permitir ao doente a manifestação de sua autonomia pode resultar em acréscimo às suas responsabilidades. Os direitos do doente institucionalizado não são conhecidos pelos profissionais da saúde, na sua grande maioria, e nem pelos doentes. O hospital aparece como o organismo regulador das relações que se estabelecem entre o profissional da saúde e o doente. No entanto, a questão da autonomia do doente, ainda que de modo incipiente começa a figurar como uma preocupação real das enfermeiras que vêm como uma necessidade de quem presta assistência, reconhecer que o doente tem o direito à participar nas decisões relativas ao seu tratamento, cuidados e bem-estar
The objective of the presented study is to reveal how the responsible nurse for the assistance in the nursery service of a unity of a public hospital perceives the phenomenon of the autonomy of the hospitalized sick person in relation to the decisions regarden his medical treatment, care and welfare. Keeping in mind this objective, the applied method was based on a qualitative research, relative to the modality of the stablished phenomenon.