Convivendo com a hospitalização do filho adolescente
Publication year: 2003
Este estudo teve como proposta desvelar o fenômeno da convivência dos pais com a internação de um filho adolescente, considerando ser esta uma das minhas inquietações no cotidiano da minha prática docente assistencial. Utilizando-me do referencial fenomenológico e à luz da analítica existencial de martin Heidegger, entrevistei quinze pais de adolescentes que no período de agosto a outubro de 2002, junto com seus filhos, habitavam as Unidades de Internação do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais. A análise dos depoimentos, minhas vivências e as leituras realizadas, desvelaram quatro grandes categorias temáticas: o impacto da doença na família, os sentimentos vividos por pais, adolescente-doente, familiares e amigos, a adaptação no mundo hospitalar e a religiosidade no enfrentamento da hospitalização. A partir da compreensão do fenômeno pais convivendo com a hospitalização de um filho adolescente, co-existindo com a doença e o hospital, vislumbro novas perspectivas para o meu cuidar e meu assistir em pediatria. Como docente, acredito que é necessário incluir a família em nossos planos de estudos, de forma que ela seja contemplada na vivência acadêmica, a fim de despertá-los para um cuidar que acolha a família junto com o ser-doente. Em relação aos adolescentes, o hospital é visto como um lugar desconhecido, frio e inóspito, porém é possível proporcionar ao ser-adolescente, alguns recursos necessários para lidar com a doença e preparar a unidade de internação para recebê-lo dentro dos preceitos da afetividade, ética e respeito a partir da garantia da privacidade do adolescente e de seus pais. Torná-los menos frio e mais acolhedor, é função da equipe de saúde.
The objective of this study was to understand the experience of parents of living with a hospitalized adolescent since this was an identified problem in my everyday practice. Fifteen parents of adolescents hospitalized at the University Hospital were interviewed from August to october of 2002. The phenomenological approach of Martin Heidegger was used to analyze the data.