Publication year: 2013
O estudo teve como objetivo construir um diagnóstico de enfermagem voltado para o crescimento e desenvolvimento infantil na categoria promoção da saúde. Estudo metodológico, desenvolvido em três etapas de validação de diagnósticos de enfermagem, conforme preconizado por Hoskins (1989): análise de conceito, validação por especialistas e validação clínica. Para análise de conceito, utilizaram-se como referências o modelo de análise de conceito proposto por Rodgers (2000) e a revisão integrativa da literatura proposta por Mendes, Silveira e Galvão (2008). Para seleção das produções, buscaram-se cinco bases de dados: Scopus, Pubmed, Cinahl, Lilacs e Cochrane, com os descritores: crescimento e desenvolvimento; lactente; pré-escolar; e as suas sinonímias nas línguas inglesa e espanhola. A análise de conceito foi subsidiada por 83 estudos. Com relação aos conceitos dos fenômenos crescimento e desenvolvimento, ainda há muitas controvérsias quanto ao emprego deles, tendo em vista que a literatura traz os fenômenos dissociados ou agregados. O crescimento abrange aspectos fisiológicos relacionados às alterações no tamanho e na forma, remetendo às medidas corporais. O desenvolvimento é definido como um fenômeno amplo e complexo, integrando os domínios: mental, cognitivo, comportamental, perceptivo, motor, físico.
O levantamento da literatura contribuiu para a elaboração de 15 características definidoras distribuídas nos domínios:
seis no físico, seis no cognitivo e três no psicossocial. A etapa de validação com especialistas compreendeu a apreciação do instrumento constituído por duas partes:
1ª) caracterização dos especialistas e 2ª) proposta diagnóstica: título, definição, domínio 13, características definidoras com suas definições conceituais e operacionais (referências empíricas) por 22 especialistas na área da saúde da criança, predominantemente do sexo feminino (94,4%), doutores (55,6%), concentrados na Região Nordeste (61,1%), onde exerceram suas atividades no último ano como docentes de Instituições de Ensino Superior (IES) (83,3%). O tempo de formação dos especialistas foi em média de 13,1 anos (±8,5). Quanto à estrutura do diagnóstico, a maioria deles apontou o título denominado Disposição para desenvolvimento infantil melhorado (61,1%) como o mais adequado para o diagnóstico de enfermagem em construção. Todos os especialistas concordaram que o diagnóstico proposto deve estar incluído no domínio 13 – crescimento/desenvolvimento (100%), e na classe que distribui os fenômenos em: 1- crescimento e 2- desenvolvimento (55,6%). A maioria dos especialistas optou pelo conceito 1 (55,6%). Parte dos especialistas sugeriu o acréscimo no instrumento de algumas peculiaridades da fase do lactente referentes às características definidoras. A validação clínica foi realizada com 45 lactentes avaliados durante a consulta de puericultura em um Centro de Saúde da Família. A maioria deles do sexo masculino (55,6%). Metade dos lactentes apresentou idade de 5 meses, com mães/responsáveis com idade média de 24 anos. As características definidoras obtiveram valores de sensibilidade elevados (acima de 90%), valores preditivos positivos acima de 65%, valores preditivos negativos acima de 66%, entretanto, valores baixos de especificidade (menores que 32%). Portanto, são bons indicadores preditivos da ocorrência do diagnóstico de enfermagem proposto. Assim, seis características definidoras, conforme observado no estudo, são apropriadas para compor o diagnóstico de enfermagem Disposição para o crescimento e desenvolvimento do lactente melhorado. (AU)