Estudo das crenças dos enfermeiros sobre sua responsabilidade na administração de medicamentos
Study of nurses' beliefs about their responsibility in administering medication
Publication year: 2004
Este estudo foi realizado com enfermeiros que trabalham na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
A pesquisa teve como objetivo:
identificar as crenças pessoais r normativas dos enfermeiros quanto à administração de medicamentos, utilizando a Teoria da Ação Racional (TRA). A análise do conteúdo de 28 relatos escritos revelou o que os enfermeiros pensam sobre sua atuação e responsabilidade na administração de medicamentos. Os relatos dos participantes foram agrupados em unidades de significado e, estas, em unidades temáticas. Os resultados obtidos, com o grupo estudado, permitiram identificar quatro unidades temáticas: a) o enfermeiro como agente da prática de administrar medicamentos; b) o conhecimento científico; c) os referentes sociais; d) as causas externas que influenciam na prática de medicação. Em relação aos objetivos propostos, foram evidenciadas crenças pessoais positivas em relação à prática de administrar medicamentos pelo enfermeiro, sendo elas: 1) melhor qualidade de assistência ao paciente; 2) menor índice de erros na administração de medicamentos; 3) menor índice de infecção para o paciente; 4) a experiência profissional e o conhecimento científico facilitam a realização desta prática. Foram evidenciadas crenças normativas positivas em relação a esta prática realizada pelo enfermeiro, sendo elas: 1) a equipe multiprofissional aprova tal prática pelo enfermeiro; 2) os órgãos de normatização e fiscalização da profissão, como o COFEN e o COREN aprovam e incentivam tal prática; 3) há fatores externos que facilitam a prática tais como os aspectos administrativos da unidade de trabalho e a situação física e psicológica do paciente. Também foram identificadas crenças pessoais negativas, sendo elas: 1) não tem tempo para administrar medicamentos; 2) é uma tarefa secundária; 3) pode ser delegada a outros membros da equipe de enfermagem; 4) não tem ) oportunidade para discutir sobre o tema nem para realizar tal prática; 5) tarefas burocráticas impedem de fazê-lo; 6) só administra medicamentos em caso de urgência, falta de funcionários ou pacientes graves. Foram identificadas, também, crenças normativas negativas, sendo elas: 1) o próprio enfermeiro desaprova tal prática; 2) há fatores externos que dificultam a prática da medicação tais como os aspectos administrativos da unidade de trabalho e a situação física e psicológica do paciente.
This research was built interviewing nurses that works in Intensive Care Unit (ICU), in Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.