Amamentação em ação: validação de tecnologia assistiva para cegos
Publication year: 2013
Promover saúde é também capacitar cidadãos para atuarem sobre determinantes da própria saúde, inclusive pessoas com deficiência. Assim, materiais educativos em saúde acessíveis aos cegos passíveis de ser veiculados na rede web poderão ampliar sua independência e autonomia e são denominados tecnologia assistiva. Nesta pesquisa, trabalhou-se com a tecnologia “Amamentação em ação”. Esta é uma literatura de cordel e como tal apresenta característica peculiar que exibe como estratégia lúdica, a rima. Os folhetos foram selecionados por tal atributo e a amamentação por ser conteúdo importante e seus índices estarem aquém do recomendado pelos órgãos competentes. Este tema é vivenciado por muitas mulheres e representa momento de amor entre mãe e filho. Além disso, apresenta menor risco de desenvolver doenças às crianças amamentadas. Objetivou-se validar tecnologia assistiva sobre amamentação para cegos na modalidade literatura de cordel em áudio através do acesso online para promoção da saúde. Trata-se de pesquisa do tipo desenvolvimento metodológico utilizando modelo da psicometria. A pesquisa foi desenvolvida no Laboratório de Comunicação em Saúde da Universidade Federal do Ceará. A amostra foi constituída de 124 sujeitos com idade mínima de 18 anos e domínio básico de uso do software disponível. Para coleta dos dados, utilizou-se página da web. Na mesma estavam a tecnologia e formulários para preenchimento. Para análise dos dados, calcularam-se médias e desvio padrão das variáveis quantitativas. As variáveis qualitativas foram analisadas pelos testes Qui-Quadrado e razão de verossimilhança. A comparação das médias dos tópicos foi realizada com o teste t de Student para dados independentes ou pelo teste F de Snedecor (ANOVA). Consideraram-se significantes as análises quando p < 0,05. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Ceará. A maioria dos sujeitos tinha idade de 30-49 anos (61,3%), sexo feminino (51,6%), cursaram o ensino médio (48,4%), não casados (55,6%), com renda de até um salário mínimo (2012 - R$ 622,00 / 2013 - R$673,00) (40,3%), que trabalham (75,0%), residem no Nordeste (90,3%), aposentados (21,8%) e com cegueira de nascença (51,6%). Em relação à avaliação da tecnologia assistiva, pelas médias encontradas, todos os tópicos foram favoráveis, objetivo (93,6 ± 10,7), organização (87,0 ± 14,5), estilo de áudio (86,7 ± 15,6) e motivação (88,9 ± 15,3), e a mesma foi considerada estratégia válida de promoção da saúde. Após avaliação da tecnologia, foi perceptível que a mesma atingiu aos objetivos propostos e metas pretendidas, com boa organização geral, estrutura, estratégia de apresentação e coerência, além de apropriada compreensão e bom estilo de áudio, com capacidade de causar impacto, motivação e/ou interesse. Como profissional responsável pela promoção da saúde, o enfermeiro deve se envolver cada vez mais no ambiente real dos sujeitos para diagnóstico situacional e consequente intervenção eficaz. (AU)