Intervenções de enfermagem para tratamentos de úlcera por pressão em pacientes acamados: revisão integrativa da literatura
Publication year: 2013
Com o aumento da expectativa de vida populacional, tem-se a úlcera por pressão (UP) como um dos agravos com elevada incidência. Assim, esforços para o desenvolvimento de pesquisas que resultem em contribuições reais para a prática clínica dos enfermeiros assistenciais são necessários. Por isso, optou-se em realizar esta revisão integrativa, um dos métodos da Prática Baseada em Evidências que tem por objetivo incorporar as evidências encontradas na literatura à prática assistencial e/ou gerencial. Para isso, a presente investigação objetivou analisar as evidências disponíveis na literatura sobre as intervenções de enfermagem aplicadas para o tratamento das UP em pacientes acamados. Para seleção dos artigos, foram utilizadas cinco bases de dados (CINAHAL, SCOPUS, COCHRANE, LILACS e PUBMED) além da revista ESTIMA. A amostra dessa revisão foi composta por 27 artigos, referentes a intervenções, de âmbito geral, utilizadas para tratar UP. Após análise dos artigos incluídos, os resultados apontaram que a eletromagnético-terapia possui evidências do seu beneficio para cicatrização das UP, porém não existem diretrizes sobre sua aplicabilidade. Isto também foi descrito para o Ultrassom terapêutico e a V. A. C. terapia. Quanto ao processo de limpeza de ferida, foram descritas utilização de várias substâncias, dentre essas, não foi encontrada evidência de que uma se sobressaia em relação à outra. Na questão alimentar, ficou evidente que os pacientes que recebem suplementação de proteínas, zinco e vitamina C em suas dietas, tendem a cicatrizar a UP em um menor período. Ao abordar a etiliologia das UP, enfocou-se o reposiciosamento e as superfícies de suporte (SS). Ficou patente que os pacientes devem ser reposicionados a cada duas horas, quando deitados, e a cada 15 minutos, quando sentados, como forma de minimizar as forças de pressão e cisalhamento. No entanto, a evidência referente a esse cuidado possui limitações que impedem concluir quanto ao real alívio de pressão que causa. Com relação à forma de mensurar a UP, um único estudo fez parte da amostra desta dissertação, de modo que este apenas descreveu a aplicação da Escala de PUSH como forma de documentar a UP. Outro ponto crucial foi a abordagem quanto ao conhecimento dos enfermeiros e as técnicas de cuidados empregadas por eles ao tratar UP. Percebeu-se que prevalece a desinformação destes em decorrênca do desconhecimento que inicia na graduação. Diante desse quadro, pensa-se em como as UP estão sendo tratadas e para isso analisaram-se as evidências empregadas diante da dor, do odor e do exsudato. Quanto à dor, ficou clara a recomendação do gel de benzidamina e a pomada EMLA, principalmente antes da realização procedimentos, como desbridamento. Quanto ao odor, não foram encontrados estudos que descrevessem a melhor forma de minimizá-lo. Para a quantidade de exsudato, este está intimamente relacionado ao período de cicatrização que a UP encontra-se. Em se tratando das coberturas propriamente ditas, os estudos selecionados abordaram o hidrocoloide, a aloe vera, terapia normotermica e o colágeno. Estas coberturas foram abordadas em UP com diferentes estágios de cicatrização e ambos os estudos apresentaram taxa de cura adequada com ao descrever o uso de cada uma delas. Entretanto, não foram identificadas evidências que comprovem a superioridade de uma destas terapias. Logo, reforça-se a necessidade da busca de conhecimento contínuo por parte dos enfermeiros, bem como a importância da avaliação global dos pacientes que são submetidos a seus cuidados, haja vista que as contribuições reais para prática de tratamento de UP ainda são limitadas. Com isso, urgem que sejam desenvolvidos ensaios clínicos para elucidar muitas das respostas que ainda não estão explícitas.(AU)