Revisão das características definidoras e dos fatores relacionados do diagnóstico de enfermagem “estilo de vida sedentário” em indivíduos com hipertensão arterial

Publication year: 2013

O reconhecimento de bons indicadores clínicos e de suas características de acurácia, para determinado diagnóstico de enfermagem, permite que o enfermeiro identifique com maior precisão o diagnóstico e favorece efetivamente a aplicação prática do processo de trabalho de enfermagem. Diante da importância de se identificar indicadores clínicos acurados, este estudo foi desenvolvido com o objetivo de analisar as características definidoras (CD) e os fatores relacionados (FR) do diagnóstico de enfermagem “Estilo de vida sedentário” (EVS) revisado por Guedes (2011) em indivíduos com hipertensão arterial (HA). Estudo do tipo transversal, realizado com 285 indivíduos com hipertensão arterial, com idade entre 19 e 59 anos, acompanhados em um centro de atendimento ambulatorial, em Fortaleza, Ceará. A coleta de dados foi realizada utilizando um formulário baseado nas referências empíricas das CD e os FR propostos na revisão de Guedes (2011), por meio de entrevista e exame físico. As informações obtidas foram analisadas pela pesquisadora para determinar a presença ou ausência das CD e dos FR e, posteriormente, foram encaminhadas aos enfermeiros especialistas que executaram a inferência diagnóstica. Foram utilizados os softwares EXCEL, SPSS e R para organização e análise estatística dos dados. O nível de significância adotado no estudo foi 5%. A maioria da amostra era do sexo feminino, procedente da capital, morando com companheiro e com diagnóstico de Diabetes mellitus. Metade da amostra tinha até 53 anos, tempo de escolaridade de até 10 anos, renda per capita de até R$ 500,00 e diagnóstico de hipertensão arterial há mais de 10 anos. As CD mais frequentes entre os pacientes com de HA foram “flexibilidade das articulações diminuída” (93,7%), “excesso de peso” (85,3%), “não realiza atividades físicas no tempo de lazer” (83,9%) e “verbaliza preferência por atividades com pouco exercício físico” (83,9%). Do total de CD avaliadas, somente cinco apresentaram significância estatística. Os FR mais frequentes foram “falta de recursos (tempo, dinheiro, lugar, segurança, equipamento) para a prática de exercício físico” (87,45%), “conhecimento deficiente sobre os benefícios que a atividade física traz à saúde e/ou sobre as consequências do sedentarismo” (78,6%) e “falta de apoio social para a prática de exercício físico” (76,8%). De um total de 11 FR avaliados, sete apresentaram associação significante com o diagnóstico EVS. A prevalência do diagnóstico em questão foi 55,8%. A CD “escolhe rotina diária sem exercício físico” foi a principal característica para este diagnóstico, apresentando uma sensibilidade de 100% e um elevado valor de especificidade (84,13%).

Três características definidoras não apresentaram significância estatística a partir da análise das razões de verossimilhança e odds ratio diagnóstica:

“Excesso de peso”, “Flexibilidade das articulações diminuída” e “Força muscular diminuída”. Os FRs “falta de motivação para a prática de exercício físico” e “falta de interesse em se exercitar” apresentaram as maiores razões de prevalência (RP = 5,358). Constatou-se neste estudo que a maior parte desses novos elementos encontrados na revisão de Guedes (2011) é relevante para a identificação acurada do diagnóstico EVS. Dessa forma, espera-se que estas informações possam contribuir para uma prática de enfermagem eficiente e sistematizada, com ênfase na promoção da saúde de pessoas com hipertensão arterial.(AU)