Construção e validação de protocolo de terapia de nutrição enteral

Publication year: 2013

Este estudo trata da construção e validação de um protocolo de terapia de nutrição enteral para pacientes adultos em uso de sonda enteral. É um estudo metodológico, em que, na sua primeira fase, realizou-se a revisão integrativa da literatura a respeito da atuação do enfermeiro frente a um paciente adulto com indicação de terapia de nutrição enteral. Para tanto, se procedeu à busca de estudos em bases de dados nacionais e internacionais, onde foram selecionados 36 estudos que atenderam aos critérios de inclusão, nas bases de dados SCIELO, LILACS, LEYES, MEDLINE, CINAHL e BDTD, após o cruzamento dos descritores controlados: nutrição enteral, alimentação enteral e terapia nutricional, e suas traduções em inglês e espanhol. A leitura e a síntese dos estudos apontaram para quatro linhas de atuação relacionadas à TNE que orientaram na operacionalização da construção do protocolo. A coleta de dados com os especialistas aconteceu no período de junho a setembro de 2012, sendo usado um formulário contendo dados referentes aos especialistas e dados avaliativos do protocolo. O estudo respeitou os preceitos éticos e recebeu a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Ceará sob Protocolo de número 05/12. A primeira versão do instrumento foi composta de duas seções. A primeira é composta de 20 itens distribuídos em seis domínios e se refere ao critério de indicação da TNE, qual tipo de sonda: oro ou nasoenteral, e ao procedimento da sua inserção, como deve ser a administração de dieta e medicamentos. A segunda seção possui sete domínios com 12 itens que ilustram as situações em que pode ocorrer a interrupção da dieta. O protocolo foi avaliado por meio de cinco itens, que correspondiam a cinco níveis de respostas possíveis dispostas em uma escala de Likert variando de 1 a 5, sendo considerados: 1- inadequado e 5- totalmente adequado. Procedeu-se à análise teórica do protocolo, submetendo-se à avaliação de 15 especialistas. Após os testes estatísticos (coeficiente α de Cronbach e Índice de Validade de Conteúdo) e as alterações decorrentes das sugestões dos especialistas, obteve-se a segunda versão do protocolo formada por duas seções com 21 itens na primeira seção, distribuídos nos seis domínios, e 12 itens na segunda seção, distribuídos em seis domínios, e também com remodulação dos itens após análise criteriosa das sugestões. Conclui-se, portanto, que foi possível construir um protocolo de TNE e que o mesmo envolve e representa o conteúdo do constructo que se pretende, pois o coeficiente de correlação intraclasse foi α=0,83. Pode-se concluir que a versão final do protocolo é válida para usar na prática hospitalar.(AU)