Avaliação do desenvolvimento motor de crianças de zero a dezoito meses de vida
Publication year: 2013
O acompanhamento do desenvolvimento infantil é configurado como uma das ações mais importantes para o alcance de melhor qualidade de vida. Objetivou-se avaliar o desenvolvimento motor de crianças com idade entre zero e 18 meses. Estudo descritivo, transversal, avaliativo, realizado nos Centros de Saúde da Família (CSF) dos municípios de Fortaleza e Sobral, Ceará (CE), Brasil. A amostra foi composta por 330 crianças, sendo 165 de cada município estudado. A coleta de dados ocorreu em Fevereiro-Maio/2012, foi utilizado um formulário pré-estruturado contendo variáveis da criança e da família, a escala Alberta Infant Motor Scale (AIMS), versão em português, e o Instrumento de Vigilância do Desenvolvimento do Ministério da Saúde contido na Caderneta de Saúde da Criança (CSC), após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Observaram-se nos resultados que no município de Fortaleza, a maioria das crianças é do sexo feminino, nascida de parto cesáreo; em Sobral prevaleceu o gênero masculino e o parto vaginal. Em Fortaleza, 7,2% das crianças eram prematuras, 6,6% baixo peso ao nascer; em Sobral 8,5% de prematuros e 8,5% com baixo peso ao nascer. Em relação ao perfil socioeconômico e educacional dos pais/responsáveis pelas crianças, prevaleceu, em ambos os municípios, 11 a 13 anos de estudo, idade entre 22 e 35 anos e não ter ocupação rentável. Em relação ao perfil sócio demográfico, a maioria tinha rede de esgoto, coleta de lixo e chão com cerâmica. O desenvolvimento motor das crianças avaliado pela escala AIMS, em ambos os municípios foi classificado como normal para a maioria das crianças (307), conforme ocorreu em relação ao avaliado segundo o Instrumento de Vigilância do Ministério da Saúde (CSC) (302 crianças). Ao correlacionar os dois instrumentos utilizados, encontrou-se concordância entre os mesmos, porém pobre (k=0,096; 0,077). Analisando as classificações dos instrumentos em separado, observando-se maior poder de concordância entre as que detectam déficit no desenvolvimento, então, foram agrupadas as classificações em “Com Déficit” e “Sem Déficit”, resultando em concordância quase perfeita (k=0,879; 0,910) entre os instrumentos. Evidenciou-se associação significativa entre idade gestacional (p=0,012; 0,000) e peso ao nascer (p=0,000; 0,000), considerando a amostra completa, para ambos os instrumentos. Encontrou-se associação significativa entre o desenvolvimento motor quando considerada a amostra total, e os fatores de risco ao nascimento internação hospitalar, oxigenoterapia e fototerapia. A idade materna mostrou associação significante em Fortaleza (p=0,001; 0,004) e quando considerada a amostra completa (p=0,017; 0,016), o estado civil (p=0,054; 0,049) e a ocupação rentável em Sobral (p=0,003; 0,013), ao serem associados com as classificações das escalas. Em relação aos dados sociodemográficos não foram evidenciados associações estatisticamente significantes com o desenvolvimento segundo os instrumentos de avaliação. Concluiu-se que não existiu diferença entre o desempenho motor das crianças residentes nos municípios estudados, os instrumentos utilizados possuem alto poder de concordância entre si para detecção de déficit, e apresentaram correlação significante com o desenvolvimento infantil com as variáveis: idade gestacional, peso ao nascer, internação hospitalar, oxigenoterapia, fototerapia, idade materna, estado civil e ocupação rentável da mãe.(AU)