Características sociodemográficas e gestacionais de mulheres em partos de ocorrência em domicílio

Publication year: 2021

Resumo:

O Parto domiciliar planejado é aquele que ocorre em casa com o apoio de uma equipe técnica, de forma planejada. O objetivo deste estudo caracterizar o perfil das parturientes e dos partos domiciliares nas Regionais de Saúde do estado do Paraná no período compreendido entre 2014 e 2019. O presente estudo refere-se à necessidade de caracterizar o perfil dos partos domiciliares nas Regionais de Saúde (RS) do estado do Paraná no período compreendido entre 2014 e 2019. Um estudo quantitativo, transversal, com coleta retrospectiva de dados. Para estabelecer o perfil das mulheres que tiveram seus filhos em parto domiciliar, foi realizada em março de 2021, na base de dados do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos sobre as informações referentes às Declarações de Nascido Vivo, a coleta dos dados. Os dados foram organizados em uma tabela de Excel e selecionados 1.954 nascimentos de ocorrência em domicílio, analisados mediante análise descritiva simples por meio da apresentação de frequência, média e mediana.

As fichas foram divididas em três grupos:

possível parto domiciliar planejado (n=432), possível parto domiciliar acidental a termo (n=1.278) e possível parto domiciliar acidental pré-termo (n=244). A ocorrência maior de nascimentos domiciliares foi na macrorregião Leste, com 61,51% dos nascimentos. Os grupos de possível parto domiciliar apresentou média de idade, 29 anos, idade essa maior que dos outros dois grupos. Considerando a totalidade geral dos grupos (n= 1.954), o percentual de mães adolescentes (idade inferior a 20 anos) é de 9,06% (n=177). A idade paterna teve uma completude dos dados de 67,96% (n= 1328). Em relação à adequação do pré-natal, mais da metade, 51,23% (n=125) das mulheres que tiveram um parto prematuro em casa não fizeram o pré-natal ou o fizeram de forma inadequada. Em relação às semanas de gestação em que a mulher estava quando ocorreu o parto, Mais de 70% (n=1.375) das gestações ocorreram entre a 38 e 40 semanas gestacionais, com pico de ocorrência de 37% (n= 723) na 39 semana gestacional, nos grupos a termo.

Os resultados do estudo evidenciaram diferenças no perfil das mulheres de parto domiciliar:

um grupo que apresenta maior nível de escolaridade, situação conjugal casada ou coabita com companheiro, jovens adultas, menor número de filhos e maior adequação do pré-natal, essas, inseridas no grupo e possível parto domiciliar planejado. No outro perfil, as mulheres apresentam menor nível de escolaridade, solteiras, maior prole, menor adequação do pré-natal, pertenciam ao grupo de possível parto domiciliar acidental. Este estudo aponta a necessidade de criação de uma subcategoria nas fichas de Declaração de Nascido Vivo específica para o nascimento domiciliar, permitindo maior visibilidade desta modalidade de assistência, sendo possível um melhor acompanhamento dos indicadores e desfechos maternos e neonatais. Como contribuições para área, os resultados permitem enxergar o parto domiciliar planejado como uma opção na escolha da mulher pelo local de nascimento, de forma planejada e segura.

Abstract:

Planned home birth is one that takes place at home with the support of a technical team, in a planned manner. The aim of this study is to characterize the profile of parturient women and home births in the Regional Health Departments of the state of Paraná in the period between 2014 and 2019. This study refers to the need to characterize the profile of home births in the Regional Health Department (RS). ) of the state of Paraná in the period between 2014 and 2019. A quantitative, cross-sectional study with retrospective data collection. To establish the profile of women who gave birth at home, data collection was carried out in March 2021, in the Live Birth Information System database, on information related to Live Birth Certificates. Data were organized in an Excel table and 1,954 births occurring at home were selected, analyzed using simple descriptive analysis through the presentation of frequency, mean and median.

The forms were divided into three groups:

possible planned home birth (n=432), possible accidental home birth at term (n=1,278) and possible accidental preterm home birth (n=244). The highest occurrence of home births was in the East macro-region, with 61.51% of births. The groups of possible home births had a mean age of 29 years, which was higher than the other two groups. Considering the overall totality of groups (n=1,954), the percentage of adolescent mothers (under 20 years of age) is 9.06% (n=177). Paternal age had a completeness of data of 67.96% (n= 1328). Regarding the adequacy of prenatal care, more than half, 51.23% (n=125) of the women who had a premature birth at home did not have prenatal care or did it inappropriately. Regarding the gestational weeks the woman was at when the childbirth occurred, More than 70% (n=1,375) of pregnancies occurred between the 38th and 40th gestational weeks, with a peak of 37% (n=723) in the 39th gestational week, in the term groups.

The results of the study showed differences in the profile of home birth women:

a group with a higher level of education, marital status, married or cohabiting with a partner, young adults, fewer children and greater adequacy of prenatal care, these, inserted in the group and possible planned home birth. In the other profile, women have a lower level of education, single, more offspring, less adequate prenatal care, belonged to the group of possible accidental home births. This study points out the need to create a subcategory in the Live Birth Declaration forms specific for home birth, allowing for greater visibility of this type of care, enabling better monitoring of maternal and neonatal indicators and outcomes. As contributions to the area, the results allow seeing the planned home birth as an option in the woman's choice of place of birth, in a planned and safe way.