Resultado de enfermagem equilíbrio hídrico no pós-operatório de cirurgia cardíaca: análise do conceito e construção de definições operacionais

Publication year: 2012

Esta tese teve o objetivo de revisar o conceito do resultado de enfermagem Equilíbrio Hídrico da Nursing Outcomes Classification (NOC) em pacientes no pós-operatório de cirurgia cardíaca e desenvolver definições operacionais. Para isso, realizou-se análise do conceito, segundo o modelo de Walker e Avant (2005), utilizando a revisão integrativa para busca. A mesma foi empreendida de outubro a dezembro/2010, com base nas questões norteadoras: que indicadores permitem a avaliação do volume de líquidos corporais no período pós-operatório de cirurgia cardíaca? Como esses indicadores são definidos e como podem ser avaliados? Quais as características ou valores indicativos de normalidade e de alteração no volume de líquidos corporais, no período pós-operatório de cirurgia cardíaca? Para busca, utilizaram-se os descritores equilíbrio hidroeletrolítico, cirurgia torácica e período pós-operatório. A amostra foi composta por artigos que contemplassem pelo menos uma das questões norteadoras; com resumo disponível; texto completo acessível pelo Portal da CAPES, pelo sistema eletrônico da University of Iowa ou pelo sistema de comutação; em português, inglês ou espanhol. Foram excluídos os editoriais, cartas ao editor, estudos reflexivos, relatos de experiência, anais de eventos, produções duplicadas e pesquisas com animais. Após o levantamento, as produções foram submetidas a quatro etapas de avaliação, que resultaram na seleção de 48 artigos (CINAHL: 12; PubMed: 12; Scopus: 21; Lilacs: 3). Destacaram-se os estudos de revisão narrativa, coorte e descritivos (nível de evidência IV e VI). A partir da análise, identificaram-se quatorze indicadores, além dos vinte e três presentes no resultado Equilíbrio Hídrico da NOC. A revisão integrativa teve contribuição limitada para a construção das definições operacionais, sobretudo devido à natureza do conceito de interesse.

A análise do conceito evidenciou os atributos:

movimento de solvente e/ou soluto (ativo ou passivo) através de membranas semi-permeáveis e entre compartimentos fisiológicos; regulação efetiva por mecanismos homeostáticos (gradiente entre a pressão hidrostática e coloidosmótica, eletroneutralidade e mecanismos neuro-hormonais); e manutenção da concentração e do volume dos compartimentos. O caso modelo refletiu indivíduo saudável, com funções hormonais e de controle dos compartimentos hídricos preservadas, enquanto os casos contrários se opuseram aos atributos apenas em parte. Os casos limítrofes compreenderam as situações mórbidas, nas quais ocorrem alteração de, no máximo, dois atributos. Os antecedentes do Equilíbrio Hídrico corresponderam às condições orgânicas, comportamentais e/ou ambientais que se opunham àquelas listadas para o desequilíbrio, ou mesmo sua ausência. Os consequentes do desequilíbrio abrangeram os estados de déficit e excesso de líquidos, bem como os conceitos relacionados de hidratação, equilíbrio eletrolítico (sódio) e perfusão, tanto sistêmica (volemia) quando localizada (tecidual). Já o consequente do equilíbrio consistiu na homeostase hídrica ou na ausência dos consequentes de desequilíbrio, enquanto os referentes empíricos corresponderam aos indicadores. A análise do conceito permitiu delimitar seu escopo e identificar quais parâmetros asseguram sua presença ou mesmo sua alteração (desequilíbrio). O mesmo engloba os fenômenos de equilíbrio eletrolítico, perfusão e hidratação e está além da simples mensuração e controle das perdas e ganhos de líquidos. Como fase inicial da validação do resultado de enfermagem, requer o desenvolvimento de pesquisa com experts e clínica.