Publication year: 2012
A avaliação do impacto de intervenções educativas surge para identificar a efetividade de programas, softwares, curso e treinamentos que envolvam profissionais e sujeitos com necessidades de capacitação. O curso Úlcera por Pressão Online, utilizado nesta tese, trata-se de uma tecnologia de informação e comunicação desenvolvida para capacitar profissionais de enfermagem sobre a prevenção e tratamento de úlcera por pressão (UP) em pacientes nas diversas esferas de cuidado. A UP, além de ser um problema de saúde pública mundial, provoca a realização de estudos que buscam formas de minimizar esse problema, além de ser um indicador de qualidade da assistência de enfermagem adotado em instituições de saúde. Foi objetivo desta tese avaliar o impacto de uma intervenção educativa a partir de uma tecnologia de informação e comunicação sobre prevenção e tratamento de UP em uma unidade de terapia intensiva de um hospital universitário de Fortaleza/CE. Trata-se de um estudo quase experimental, com abordagem antes e depois, realizado no perÃodo de setembro de 2011 a junho de 2012. Participaram da pesquisa 94 pacientes (47 antes e 47 depois) e nove enfermeiras do setor.
O estudo foi dividido em três fases:
pré-intervenção, intervenção e pós-intervenção. Foram utilizados para coleta de dados formulários com variáveis clÃnicas e sociais dos pacientes; dados referentes à assistência de enfermagem na prevenção e tratamento de UP; a escala de avaliação de risco de Braden; questionário com variáveis sociais das enfermeiras; e o questionário de avaliação de conhecimento sobre UP de Pieper e Mott (1995). Os dados foram organizados no Programa Excel e analisado no Programa estatÃstico SAS, com a utilização dos Testes t de Student, Exato de Fisher, Qui-quadrado corrigido de Yates, T de Wilcoxon e U de Wilcoxon-Mann-Whitney para análise estatÃstica. A pesquisa obteve a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da instituição com protocolo nº 098.09.11. Os resultados apontaram similaridade entre os grupos pré e pós-intervenção em relação à s caracterÃsticas sociais e fatores clÃnicos avaliados (pË‚0,05), exceto no item readmissão que só esteve presente na primeira fase. A avaliação de risco, a descrição da pele e a descrição de medidas preventivas apresentaram melhor porcentagem no grupo pós-intervenção, mas sem diferença estatisticamente significante (p=0,839; p=0,865; p=0,723, respectivamente). A maioria dos pacientes do grupo pré-intervenção (53,19%) apresentou UP; essa superioridade também ocorreu em relação à presença de UP na admissão na UTI, com diferença significante em relação ao grupo pós-intervenção (p=0,046). A prevalência de UP na UTI diminuiu de 36,23% para 27,36%; e a incidência de 31,91% para 19,14% depois da intervenção educativa. A maioria dos pacientes do grupo pré-intervenção apresentou risco elevado de desenvolver UP (57,44%) e o grupo pós-intervenção, risco moderado (51,06%). Entre as nove enfermeiras, a maioria já tinha realizado curso sobre UP (55,56%) e curso na modalidade EAD (55,56%). O número de acertos de questões sobre prevenção foi superior no grupo pós-intervenção com 81,93%, sendo também esse grupo o que apresentou maior porcentagem de acertos nas questões relacionadas ao estadiamento da UP (93,20%). A diferença no número de acertos e de pontos entre os grupos apresentou diferença significante (pË‚0,05). Concluiu-se que a intervenção educativa gerou impacto na diminuição da prevalência e incidência de lesões na UTI e na aquisição de conhecimento das enfermeiras, principalmente, relacionado ao estadiamento das lesões.