Controle da hipertensão arterial em unidades básicas de saúde da região oeste da cidade de São Paulo
Hypertension control at health basic units in the west side of the city of São Paulo

Publication year: 2005

Introdução:

A hipertensão arterial é uma doença com elevada prevalência e é um dos principais fatores de risco cardiovascular. Constitui-se um dos maiores problemas da saúde pública e pouco se conhece sobre o controle da doença em unidades básicas de saúde.

Objetivos:

Caracterizar os hipertensos atendidos em Unidades Básicas de Saúde em relação a: características biossociais, pressão arterial, crenças de saúde, conhecimento sobre a doença e tratamento, hábitos e estilo de vida; e associar o controle da pressão arterial com as variáveis estudadas.

Casuística e Método:

O estudo foi realizado em três unidades básicas de saúde da região oeste da cidade de São Paulo. Os hipertensos foram entrevistados e a medida da pressão arterial foi realizada com aparelho automático (OMROM - HEM 705CP); na posição sentada. Os dados foram processados no sistema SPSS v.7.5. O nível de significância adotado foi de 0,05.

Resultados:

Foram estudados 440 hipertensos. A maioria era do sexo feminino (66%), cor branca (52%), separados (52%), com ensino fundamental (52%) renda de 1 a 3 salários e idade de 57±12 anos. Do total de hipertensos estudados 45,5% estavam com a pressão arterial controlada (<140/90 mmHg). Os hipertensos controlados foram diferentes (p<0,05) dos não controlados em relação a: as mulheres estavam mais controladas (52% vs 31%); idade menos elevada (55 ± 12 vs 59 ± 12 anos); menos tempo de doença (41% vs 59% com mais de 5 anos da doença); tratamento anterior (54% vs 66%); interromperam menos o tratamento (39% vs 61%); menos desconhecimento sobre exercícios físicos (17% vs 83%); raramente deixam de tomar remédio na hora certa (13% vs 87%); menos uso de 3 ou mais drogas anti-hipertensivas (39% vs 60%); mais antecedentes familiares para doenças cardíacas (54% vs 46%); referiram menos não praticar exercícios físicos (35% vs 64%) e referiram menos tristeza.

Conclusão:

Menos da metade dos hipertensos estava controlada e o ) controle associou-se com variáveis biológicas, tratamento, atitudes e conhecimento sobre a doença e tratamento.

Introduction:

Hypertension is a disease of high prevalence and is also one of the main cardiovascular risk factors. It is one of the greatest public health concerns and little is known about its control in Health Basic Unitis.

Objectives:

Characterize hypertensive patients seens at Health Basic Units regarding: biological and social characteristics, blood pressure, health beliefs, knowledge about the disease and treatment, habits and lifestyle; as well as associate blood pressure control and with the variables studied.

Material and Method:

The study was carried out at three Health Basic Units located in the west side of the city of São Paulo. The hypertensive patients were interviewed and blood pressure measurement was taken in a sitting position using an automatic device (OMROM - HEM 705CP). Data were processed in SPSS v.7.5. system. The significance level adopted was 0.05.

Results:

Four hundred and forty hypertensives were studied. Most of them were female (66%), white (52%), separated (52%), with primary school level (52%), income varying from US$1,440 to US$4,320 yearly and age of 57 ± 12 years. Out of the total of hypertensives studied, 45,5% showed blood pressure under control (<140/90 mmHg). The hypertensives under control were different (p<0.05) from those with blood pressure out of control: women showed to be more under control (52% vs. 31%); they were younger (55 ± 12 vs. 59 ± 12 years); had shorter time of disease (41% vs. 59% with the disease for more than 5 years); had previous treatment (54% vs. 66%); interrupted treatment less frequently (39% vs. 61%); were less unaware of physical exercises (17% vs. 83%); rarely forgot to take the medicine at the right time (13% vs. 60%); had more family history regarding heart diseases (54% vs. 46%); reported not to do physical exercises less often (35% vs. 64%); and reported sadness less frequent.

Conclusion:

Less than half of the hypertensives were under control. Control was associated with biological variables, treatment, as well as behavior and knowledge about the disease and treatment.