Equipa de emergência médica intra hospitalar: um projeto de criação e implementação
Publication year: 2021
As equipas de emergência intra-hospitalar, inicialmente conhecidas como equipas de reanimação, surgiram com o objetivo primário de reverter paragens cardiorrespiratórias, que ocorriam dentro dos hospitais. Mais tarde, percebeu-se que o melhor caminho para diminuir a mortalidade e morbilidade hospitalar é a prevenção desses eventos críticos, que em muitas situações podem ser potencialmente detetados e antecipados. Daí que, atualmente, a ativação destas equipas passa pela identificação de alterações de sinais vitais importantes e interpretados como deterioração clínica aguda. Em Portugal, também se assistiu a essa evolução. Em 2010, por via da Circular Normativa nº 15/DQS/DQCO da Direção Geral de Saúde, as equipas de reanimação evoluíram para Equipas de Emergência Médica Intra-hospitalar (EEMI), tendo como critérios de ativação todas as situações de paragem cardiorrespiratória acontecidas ou eminentes, assim como, disfunções agudas entendidas como potencialmente emergentes. Neste contexto, emerge a importância e a necessidade de solidificar um sistema integrado de resposta à emergência intra-hospitalar, que permita uma intervenção coordenada, eficaz e eficiente por parte de todos os profissionais de saúde, que se venha a traduzir em ganhos em saúde. Como objetivo principal deste trabalho, pretende-se promover a criação e implementação da Equipa de Emergência Médica Intra-hospitalar, numa Unidade Hospitalar da região Norte do país, para uma intervenção precoce e diferenciada à pessoa em situação crítica, em contexto intra-hospitalar. Para a sua realização, optou-se pela Metodologia de Projeto, uma vez que permite estudar um problema atual, centrada na investigação, análise e na implementação de estratégias para a sua resolução. Assim, iniciou-se com o diagnóstico de situação, através da aplicação de um questionário dirigido à equipa médica e de enfermagem e uma entrevista semiestruturada a elementos pertencentes aos órgãos de gestão hospitalar. Os resultados do estudo diagnóstico salientam e reforçam a importância da implementação de equipas dedicadas para a abordagem em situações de emergência intra-hospitalar, uma vez que trará ganhos diretos para o doente, nomeadamente no que concerne a uma atuação mais rápida e diferenciada, refletindo-se na melhoria da qualidade dos cuidados, aumento da sobrevivência e diminuição de complicações imediatas e tardias; e que existem dificuldades na abordagem ao doente crítico, nomeadamente no que respeita à inexistência de uma metodologia de atuação, uniformização de protocolos e necessidade de um plano de formação continua. Depois de validar o objetivo do projeto pelo diagnóstico de necessidades, o plano de ação desenvolveu-se em sete atividades que permitiram desde a divulgação do projeto e dos resultados obtidos, à identificação dos recursos necessários à implementação da EEMI, bem como, a elaboração de um plano de formação para os profissionais que integram a EEMI e a apresentação de uma proposta de protocolo de atuação imediata e ativação da mesma. Acreditamos que os resultados deste trabalho possam constituir a base de trabalho para a implementação da EEMI na referida Unidade Hospitalar, com o propósito da mudança de práticas e aperfeiçoamento dos cuidados, com vista à qualidade dos mesmos e à segurança do doente.
In-hospital emergency teams, initially known as resuscitation teams, appeared with the primary goal of reversing cardiorespiratory arrest, which occurred within hospitals. Later, they realized that the best way to decrease hospital mortality and morbidity is the prevention of these critical events, which in many situations can potentially be detected and anticipated. Hence, currently, the activation of these teams goes through the identification of changes of important vital signs, considered as acute clinical deterioration. In Portugal, this evolution has also been noted. In 2010, through Normative Circular nº 15/DQS/DQCO of the General Directorate of Health, resuscitation teams have evolved into In-Hospital Medical Emergency Teams, with activation criteria of all of cardiopulmonary arrest situations that occurred or are eminent, as well as acute dysfunctions understood as potentially emerging. In this context, the importance and the need to solidify an integrated response system to the intra-hospital emergency emerges, which allows a coordinated, effective and efficient intervention by all health professionals, which will translate into health gains. As the main goal for this research, it is intended to promote the creation and implementation of an In-Hospital Medical Emergency Team, in a Hospital unit in the northern side the country, for an early and differentiated intervention to a person in a critical situation and in an in-hospital context. For its realization, we opted for the Project Methodology, since it allows us to study a current problem, centered on investigation, analysis and implementation of strategies for its resolution. Thus, it started with the diagnosis of the situation, through the application of a questionnaire addressed to the medical and nursing team and a semi-structured interview with elements belonging to the hospital management bodies. The results of the diagnostic study highlight and reinforce the importance of implementing dedicated teams to face in-hospital emergency situations, since it will bring direct benefits for the patient, particularly with a faster and differentiated performance, reflecting it on the improvement in the quality of care, in the increasing of survival and in the decreasing immediate and late complications; and that there are difficulties in approaching critically ill patients, namely when it comes to the lack of a working methodology, the standardization of protocols and the need for a continuous training plan. After validating the project's goal through the needs diagnosis, the action plan was developed in seven activities that allowed, ever since the dissemination of the project and the results obtained, to the identification of the necessary resources for the implementation of In-Hospital Medical Emergency Team, as well as the elaboration of a training plan for the professionals who are part of In-Hospital Medical Emergency Team and the presentation of a proposal for a protocol for immediate action and activation. We believe that the results of this work can form the foundation of work for the implementation of In-Hospital Medical Emergency Team in the referred Hospital, with the purpose of changing practices and improving care, envisioning their quality and patient safety.