Publication year: 2021
Introdução:
A esquizofrenia e outras psicoses são caracterizadas por distorções do pensamento, da perceção e emoções inadequadas, com implicações nas relações e na qualidade de vida. Em contexto Forense, cabe ao Enfermeiro Especialista em Saúde Mental e Psiquiátrica prevenir comportamentos violentos através de intervenções psicoterapêuticas, como o treino de habilidades sociais e gestão de autocontrolo.
Objetivos:
Este estudo tem como objetivos: (1) Avaliar a situação clínica de pessoas com diagnóstico de esquizofrenia ou outras psicoses, internadas num serviço de Psiquiatria Forense, relativamente às variáveis: funcionamento social, atividades socialmente úteis, relações pessoais e sociais, comportamento perturbador e agressivo, assertividade e sinais precoces de agressão; (2) Avaliar a eficácia de um programa de aprendizagem e treino de habilidades sociais, na diminuição dos preditores de violência.
Metodologia:
Trata-se de um estudo pré-experimental, com delineamento de pré e pós-teste com um grupo (O1 X O2), realizado com uma amostra de 15 doentes internados em serviços de Psiquiatria Forense. Para a colheita de dados foi utilizado um questionário de caracterização sociodemográfica e três instrumentos de avaliação:
Escala de Funcionamento Pessoal e Social, Escala de Comportamento Interpessoal e Inventário Forense de Sinais Precoce de Agressão. Para a análise dos dados, foram utilizados o Teste T para Amostras Emparelhadas, o Teste de Wilcoxon e o Teste de McNemar.
Resultados:
A intervenção demonstrou-se eficaz e com ganhos para os participantes. Observou-se um impacto positivo na melhoria do funcionamento pessoal e social, assim como uma melhoria na gestão do autocontrolo, com diminuição de comportamentos perturbadores e violentos e dos preditores de violência.
Conclusões:
A aprendizagem e treino de habilidades sociais e de autocontrolo traduz-se na melhoria dos indicadores clínicos dos participantes, contribuindo para que a pessoa com esquizofrenia ou outras psicoses recupere ou aprenda competências psicossociais, permitindo-lhe uma melhor (re)integração na família e na comunidade.