Publication year: 2021
Introdução:
A dor é uma experiência essencialmente subjetiva e multifatorial cujo
manejo e o tratamento devem considerar os aspectos afetivos, sensoriais, autonômicos e
comportamentais associados. Nessa perspectiva, a Área de Controle e Tratamento da Dor
(ARDOR) do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Andrade (INTO)
identificou a necessidade de atualizar seu modus operandi mediante ao esgotamento do
modelo assistencial vigente frente aos desafios da contemporaneidade. No rastro dessa
mudança, os psicólogos atuantes na ARDOR são convidados a reinventar seu próprio
modo de intervenção, articulando novas técnicas, processos e ações. Objetivos:
O
objetivo desta pesquisa é propor um novo protocolo assistencial em Saúde Mental na
Clínica da Dor baseado na hipnose ericksoniana e na visualização guiada, associadas a
práticas grupais e ações estratégicas de gerenciamento. O novo protocolo de atendimento
está centrado em grupos psicoeducativos fechados, focais e breves, orientados para o
manejo e enfrentamento da dor. Método:
Buscou-se averiguar as evidências de eficácia da
hipnose quanto ao manejo de dor através da elaboração de uma revisão sistemática da
literatura e análise dos resultados obtidos de um estudo piloto com pacientes da clínica da
dor. Ambos os estudos – teórico e prático – corroboraram para a elaboração do protocolo.
Resultados:
As evidências obtidas tanto na revisão sistemática quanto análise dos
resultados do ensaio piloto apontaram a hipnose como sendo eficaz em pelo menos um
aspecto no manejo da dor (redução da interferência, qualidade ou intensidade da dor). A
catastrofização mostrou-se uma variável interveniente com um expressivo viés em alguns
resultados, por isso foi incluída no protocolo. Conclusão:
Enquanto práticas integrativas, a
hipnose e a visualização guiada são técnicas eficazes no manejo da dor, sendo de fácil
aplicação, podendo ser aprendida e transmitida adiante pelos pacientes. Este protocolo é
passível de ser reproduzido em outras instituições. Recomenda-se que seja utilizado por
profissional de saúde treinado e com experiência no trabalho com práticas integrativas
Introduction:
Pain is an essentially subjective and multifactorial experience whose
management and treatment must consider the associated affective, sensory, autonomic and
behavioral aspects. In this perspective, the Pain Control and Treatment Area (ARDOR) of
National Institute of Traumatology and Orthopedics Jamil Andrade (INTO) identified the
need to update its modus operandi by exhausting the current care model in the face of
contemporary challenges. In the wake of this change, the psychologists working at
ARDOR are invited to reinvent their own way of intervention, articulating new
techniques, processes and actions. Objectives:
The objective of this research is to propose
a new mental health care protocol at Clínica da Dor based on Ericksonian hypnosis and
guided visualization, associated with group practices and strategic management actions.
The new care protocol is centered on closed, focal and brief psychoeducational groups,
oriented to the management and coping of pain. Method:
We sought to investigate the
evidence of the effectiveness of hypnosis in pain management through the development of
a systematic review of the literature and analysis of the results obtained from a pilot study
with patients in the pain clinic. Both studies - theoretical and practical - supported the
preparation of the protocol. Results:
The evidence obtained both in the systematic review
and analysis of the results of the pilot project pointed out hypnosis as being effective in at
least one aspect in pain management (reduction of interference, quality or intensity of
pain). Catastrophization proved to be an intervening variable with a significant bias in
some results, so it was included in the protocol. Conclusion:
As an integrative practice,
hypnosis and guided visualization are effective techniques for pain management, being
easy to apply and can be learned and transmitted by patients. This protocol is capable of
being reproduced in other institutions. it is recommended to be used by a trained health
professional with experience working with integrative practices