Diferenças geracionais em enfermagem: o envolvimento e significado atribuído ao trabalho pelos enfermeiros de um hospital
Publication year: 2020
Os desafios atuais propostos aos enfermeiros gestores têm evoluído no sentido
da análise individual dos profissionais e do alinhamento dos objetivos individuais dos
enfermeiros com os objetivos da unidade de cuidados e da organização em geral.
Contudo, as diferenças geracionais são frequentemente acusadas de estar na origem
de divergências de ideais, de problemas de comunicação e de um conflito latente que
compromete o desempenho da equipa e a qualidade dos cuidados prestados pelo que
o seu estudo, no âmbito da Enfermagem, é da máxima relevância.
Foi, assim, desenvolvido um estudo quantitativo, observacional e descritivotransversal com o objetivo de analisar as diferenças geracionais dos enfermeiros no
que respeita ao significado atribuído ao trabalho e ao seu envolvimento profissional.
Aplicamos um questionário constituído pelas Escala de Significados Atribuídos ao
Trabalho (ESAT) e Escala de Envolvimento no Trabalho (UWES) a uma amostra de
385 enfermeiros de um hospital da região de Lisboa e Vale do Tejo.
Os resultados evidenciam ligeiras diferenças geracionais no significado
atribuído ao trabalho, embora não sejam estatisticamente significativas. No entanto, é
a Geração Baby Boomer quem maior significado atribui ao seu trabalho. Esta geração
foi também identificada como a geração com maior envolvimento profissional nas três
dimensões de Vigor, Dedicação e Absorção, seguida da Geração X e, por fim, da
Geração Y. Evidenciaram-se ainda relações positivas e significativas entre o
significado atribuído ao trabalho e o envolvimento profissional dos enfermeiros, com
evidência de maior correlação entre as gerações mais antigas.
Estes resultados podem contribuir para a gestão das unidades de saúde,
desenhando uma abordagem diferente aos enfermeiros de cada geração,
fortalecendo a equipa no seu global, promovendo o envolvimento dos enfermeiros no
conjunto organizacional e preparando o caminho para as novas gerações.
The current challenges proposed to nurse managers have evolved
towards the individual analysis of the professionals and the alignment of the
nurses' individual objectives with the objectives of the care unit and the
organization in general. However, generational differences are often accused of
being the source of divergences of ideals, of communication problems and of a
latent conflict that compromises the performance of the team and the quality of
the care provided so that its study, in the scope of Nursing, is maximum
relevance.
Thus, a quantitative, observational and descriptive-cross-sectional study
was developed with the aim of analysing the generational differences of nurses
with regard to the meaning attributed to work and their professional engagement.
We applied a questionnaire consisting of the Meanings Attributed to Work Scale
and the Work Engagement Scale (UWES) to a sample of 385 nurses from a
hospital in the region of Lisbon and Vale do Tejo.
The results show slight generational differences in the meaning attributed
to the work, although they are not statistically significant. However, it is the Baby
Boomer generation that gives the most meaning to their work. This generation
was also identified as the generation with the greatest professional engagement
in the three dimensions of Vigor, Dedication and Absorption, followed by
Generation X and, finally, Generation Y. There were also positive and significant
correlations between the meaning attributed to work and the professional
engagement of nurses, with evidence of a greater correlation between older
generations.
These results can contribute to the management of health units, by
enabling a different approach to nurses of each generation, strengthening the
team as a whole, promoting the engagement of nurses in the organizational set
and paving the way for new generations.