Hipertensão arterial materna e condições do recém-nascido
Maternal arterial hypertension and newborn's conditions

Publication year: 2002

A doença hipertensiva ocorre em cerca de 10,0% de todas as gestações e constitui-se em uma das mais graves complicações durante a gravidez. Os objetivos do estudo foram caracterizar o perfil das mulheres que apresentaram hipertensão arterial na gravidez e as condições do recém-nascido e, verificar a associação entre a pressão arterial diastólica materna com tipo de parto e as condições do neonato ao nascer. Foi realizado um estudo transversal retrospectivo, de prontuários maternos com diagnóstico de hipertensão arterial na gravidez e seus respectivos recém-nascidos de 1999. O local de estudo foi um maternidade governamental referência para gestação de alto risco, de médio porte, na cidade de São Paulo. Utilizou-se como critério de diagnóstico pressão arterial igual ou acima de 140/90 mmHg, independente da ocorrência de proteinúria. Todos os testes estatísticos (Qui-quadrado, exato de Fisher, Kruskal-Wallis, t de Student, Mann-Whitney) foram utilizados na forma bicaudal, admitindo-se a probabilidade de ocorrência de erro de 5,0%. A faixa etária das mulheres variou de 14 a 44 anos (média 29,4 e desvio padrão de 7,2 anos), 52,9% multíparas, 72,7% brancas, 60,3% com antecedentes pessoais de hipertensão arterial, 95,8% tinham assistência pré-natal e 89,3% eram não fumantes. No momento da internação hospitalar, 62,1% das mulheres apresentaram pressão arterial sistólica maior ou igual a 160 mmHg e 49,6% diastólica maior ou igual a 110 mmHg e 50,5% edema. Os partos cesárea, normal e fórceps ocorreram em 64,5%, 28,9% e 6,6% das parturientes, respectivamente e não apresentaram associação significativa (p=0,799) com a pressão arterial diastólica. Em relação às condições do recém nascido, 93,4% foram nativivos, 81,0% apresentavam peso maior ou igual 2,500g, 10,6% prematuros, 68,1% adequados para idade gestacional, 21,2% grandes para idade gestacional e 10,6% pequenos para a idade gestacional e o índice de Apgar no ) primeiro e quinto minuto de vida foi maior ou igual a 7 em 84,0% e 99,2%, respectivamente.

As variáveis que se associaram significativamente com a pressão arterial diastólica maior ou igual a 110 mmHg foram:

a média do peso ao nascer (p=0,0021) e os recém-nascidos prematuros (p=0,013). O valor médio da pressão arterial diastólica (120 mmHg) associou-se de modo significativo com os recém-nascidos prematuros (p=0,0038). Não ocorreu associação significativa (p=0,494) entre o peso do recém-nascido e o tabagismo.
The hypertensive disease occurs in almost 10,0% of all gestations and it is one of the most severe disorders during pregnancy. The objectives of this study were to characterize profile of women presenting arterial hypertension during pregnancy and newborn's conditions at birth and, also, to verify the association between maternal diastolic arterial pressure with type of labor and newborn's condition at birth. A transversal retrospective sudy on the maternal reprots with arterial hypertension in pregnancy and their respective newborns was conduct in 1999. The site of the study was a medium-size Governmental Maternity Hospital which is a reference for high risk gestation in the city of São Paulo. Arterial pressure equal or greater than 140/90 mmHg was used as a diagnosis criterion, independent of the occurrence of proteinuria. All statistical tests (Chi-squered, Fisher's exact test, Kruskal-Wallis, Student's T and Mann- Whitney) were used on its bicaudal form, admitting 5,0% probability of occurrence of mistake. Women's age range varied from 14 to 44 years (mean 29.4 and Standard Deviation of 7.2 years), of which 52.9% were Multipara; 72.2 Causasians; 60.3% with a history of arterial pressure; 95.8% whith prenatal assistance and 89.3% non-smoking. At the moment of hospitalization 62.1% of women presented systolic arterial pressure equal or grater than 160 mmHg and 49.6% diastolic arterial pressure greater or equal to 110 mmHg and 50.5% edema. Cesarean, normal and forceps labors occurred in 64.5%, 28.9% and 6.6% of the parturients respectively, and did not show a significant association (p=0.799) with a disastolic arterial pressure. Regarding newborn's conditions at birth, 93,4% born alive, 81,0% presented weight greater or equal to 2.500 grams and 19% bellow 2.500 grams, 10.6% were premature, 68.1% adequate to the gestational age, 21.2% were big for the gestational age and 10.6% were small for the gestational age and the APGAR Score at the first and fifth minutes of life was greater or equal to 7 in 84.1% and 99.2%, respectively.

The variables which were significantly associated with diastolic arterial pressure greater or equal to 110 mmHg were:

mean weight at birth (p=0.0021), premature newborns (p=0.013). The mean value of the diastolic arterial pressure (120 mmHg) was significantly associated to the premature newborns (p=0.0038). No significant association occurred (p=0.494) between newborn's weight and smoking.