A tomada de decisão do enfermeiro obstetra sobre a realização de episiotomia

Publication year: 2020

O presente Relatório insere-se no âmbito da Unidade Curricular (UC) Estágio com Relatório, do Mestrado em Enfermagem de Saúde Materna e Obstetrícia da Escola Superior de Enfermagem de Lisboa. Este trabalho consiste na reflexão crítica sobre os objetivos alcançados e na demonstração das competências especializadas desenvolvidas e adquiridas durante o Estágio, que decorreu em contexto de Sala de Partos (SP) e Serviço de Urgência Obstétrica e Ginecológica (SUOG), de dois hospitais públicos, localizados em Lisboa e na região do Algarve. O tema do presente relatório surge de um conjunto de saberes e técnicas, adquiridos no percurso académico do Mestrado em Enfermagem de Saúde Materna e Obstetrícia, que despertaram interesse pela episiotomia e pela tomada de decisão do Enfermeiro Obstetra sobre a realização de episiotomia. Um tema valioso, devido à elevada taxa da prática de episiotomia rotineira nos hospitais portugueses e que carece de investigação que oriente o uso desta prática. Neste projeto realizou-se uma revisão scoping, de modo a mapear a evidência científica relevante para a temática em estudo e para a questão de investigação “O que influencia a tomada de decisão do enfermeiro obstetra para a realização de episiotomia?” Os principais resultados da pesquisa mostram que a prática de episiotomia só deve ser realizada em casos de necessidade (situações como períneo curto, prematuridade, sofrimento fetal, ou vontade da parturiente/casal), pelo que devem ser maximizadas estratégias que permitam partos mais humanizados, de qualidade, com clientes devidamente informados e minimizadas as consequências da realização de episiotomia. Para isso, os enfermeiros obstetras devem encarar a parturiente como o elemento principal do parto, evidenciando a sua autonomia, liberdade, dignidade e respeito pelos seus direitos. É de realçar que ainda existe um longo caminho a seguir, que se espera seja frutífero a médio e longo prazo, permitindo o empoderamento da mulher durante a gravidez e o parto.
The present report is inserted in the scope of the curricular unit (UC) Internship with report, from the masters in Maternal and obstetrical health nursing, from Lisbon’s superior School of Nursing. This paper consists in a critical reflection about the objectives achieved, and in the demonstration of specialized skills developed and acquired during the internship, that took place in the birth room context of two public hospitals located in Lisbon and in the Algarve region. The theme of the present report emerges from a set of knowledge and techniques acquired in the academic path of the masters in Maternal and Obstetrical Health Nursing that rose interest by the episiotomy and the nurse-midwife's decision making about the performance of the episiotomy. A valuable theme because of the high rates of routine episiotomy practice in Portuguese hospitals requires further investigation that could guide the use of this practice. In this project, a scoping revision was made in order to map the relevant scientific evidence for the theme in study and for the investigation question “What influences the obstetrical nurse’s decision making when performing episiotomy?”. The research’s main results show that the episiotomy performance should only be done in cases of need (cases like short perineum, prematurity, fetal distress, or by the couple’s/pregnant lady’s will), so that strategies that allow more humanized births should be maximized, increasing their quality, the amount of informed clients, and minimize the consequences of the episiotomy performance. For that, obstetrical nurses should see the pregnant lady has the central element of birth, evidencing her autonomy, liberty, dignity and respect for her rights. It should be pointed that there is still a long way to go, expected to be fruitful in the medium and long term, allowing the woman’s empowerment during her pregnancy and birth.