Publication year: 2019
Correspondendo o nascimento de um filho à passagem para uma nova etapa do ciclo vital da família, ela é considerada como um período de ambiguidade, caraterizado por sucessivas transformações tanto a nível físico como psicológico e social, restruturação familiar com consequente aquisição e adaptação a novos papéis. Sendo o enfermeiro de família o agente de primeiro contacto com as famílias e o domicílio o local preferencial para a sua intervenção, esta torna-se importante para o processo de transição para uma parentalidade saudável.
Este estudo teve como objetivos:
conhecer a perceção do enfermeiro de família sobre a visita domiciliária à família no pós-parto; avaliar a importância atribuída à família pelos enfermeiros de família que realizam a visita domiciliária à família no pós-parto; identificar as medidas(intervenções) desenvolvidas pelos enfermeiros de família na visita domiciliária à família no pós-parto; identificar as dificuldades sentidas pelos enfermeiros de família na visita domiciliária e identificar aspetos a melhorar pelos enfermeiros de família na visita domiciliária à família no pós-parto.
Desenvolveu-se um estudo quantitativo, transversal, descritivo, numa amostra não
probabilística por conveniência, constituída por 21 enfermeiros que trabalham em USF`s, em que se realiza a visita domiciliária à puérpera e recém-nascido. Foi aplicado um instrumento constituído por:
caraterização sociodemográfica e profissional, perceção dos enfermeiros sobre a visita domiciliária (VD) à família no pós-parto e atitudes dos enfermeiros face à importância das famílias nos cuidados de enfermagem.
Verificou-se que 61,9% dos enfermeiros tem formação especifica em enfermagem de família, 90,5% realizam a VD à família no pós-parto, 36,8% aplicam os instrumentos de avaliação familiar e 31,6% referem existir um guia orientador/ protocolo para realizar a VD, sendo a sua necessidade apontada por 78,9%. O sistema de registo utilizado na VD é considerado pouco facilitador por 57,9%. A amostra apresenta scores altos relativamente às atitudes face ao envolvimento das famílias nos cuidados (M=97; DP=8,42).