Efeitos do banho no leito a seco e tradicional sobre as alterações oxi-hemodinâmicas: ensaio clínico randomizado cruzado

Publication year: 2020

Em virtude dos riscos gerados para os pacientes pelo tradicional banho no leito, métodos alternativos como o banho a seco, vem sendo incorporados à prática clínica. No entanto, há carência de estudos que comparem os efeitos oxi-hemodinâmicos desses dois banhos. Assim, realizou-se esta pesquisa com o objetivo de avaliar os efeitos do banho no leito a seco em relação ao banho no leito tradicional sobre as alterações oxi-hemodinâmicas (temperatura corporal, frequência respiratória, frequência cardíaca, saturação transcutânea de oxigênio arterial e pressão arterial) em pacientes críticos. Trata-se de um Ensaio Clínico Randomizado, crossover, aberto, realizado com 50 pacientes críticos, entre os meses de setembro de 2018 e fevereiro de 2019. Cada paciente foi o seu próprio controle e recebeu, de forma aleatória, o banho no leito a seco e o tradicional, com um intervalo de 24 horas entre eles. As variáveis oxi-hemodinâmicas foram mensuradas em seis momentos: no início dos banhos, aos 10 minutos, no início e no fim da lateralização dos pacientes, ao final do procedimento e 15 minutos após o seu encerramento. Avaliou-se também o tempo de execução dos banhos e de lateralização dos pacientes. Realizou-se análise descritiva e inferencial, utilizando-se o modelo de Equações de Estimações Generalizadas. O tamanho do efeito foi verificado pela análise do d de Cohen e delta de Cliff. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas (parecer 2.550.114). Não houve diferença estatisticamente significativa das variáveis oxi-hemodinâmicas entre os diferentes banhos, mas ao longo do tempo, observou-se redução da temperatura axilar dos pacientes nos dois procedimentos (p<0,05). No banho tradicional, os pacientes também apresentaram, ao final da sua lateralização, elevação da frequência respiratória (24,58 incursões por minuto) (p=0,029). Em relação à significância clínica, o efeito gerado pelo banho a seco sobre as variáveis oxi-hemodinâmicas foi considerado desprezível. O tradicional banho no leito gerou um efeito de pequena magnitude sobre a redução da temperatura axilar e elevação da frequência respiratória. O banho no leito a seco foi considerado mais rápido (18,59 minutos) que o tradicional (26,45 minutos) (p <0,001). Nesse tipo de banho, os pacientes permaneceram lateralizados por um tempo inferior (6,59 minutos) ao do banho tradicional (7,59 minutos) (p<0,001). Concluiu-se que ao serem submetidos ao banho no leito a seco, os pacientes apresentaram, ao longo das mensurações, redução da temperatura axilar. Durante o banho tradicional, além da redução da temperatura axilar, houve elevação da frequência respiratória. Clinicamente, os efeitos gerados pelo banho a seco sobre as variáveis oxi-hemodinâmicas foram considerados desprezíveis, assim como a maioria dos efeitos do banho tradicional. No entanto, o tradicional banho no leito apresentou efeitos negativos sobre a temperatura axilar e frequência respiratória, que apesar de serem de pequena magnitude não devem ser negligenciados. O banho a seco foi superior ao tradicional pelo menor tempo de execução e lateralização dos pacientes. Os aspectos positivos desse método de banho poderão encorajar a sua incorporação nos serviços de saúde. Ademais, independentemente do tipo de banho realizado, espera-se que sejam mantidos o rigor metodológico e a monitorização oxi-hemodinâmica dos pacientes.
Em virtude dos riscos gerados para os pacientes pelo tradicional banho no leito, métodos alternativos como o banho a seco, vem sendo incorporados à prática clínica. No entanto, há carência de estudos que comparem os efeitos oxi-hemodinâmicos desses dois banhos. Assim, realizou-se esta pesquisa com o objetivo de avaliar os efeitos do banho no leito a seco em relação ao banho no leito tradicional sobre as alterações oxi-hemodinâmicas (temperatura corporal, frequência respiratória, frequência cardíaca, saturação transcutânea de oxigênio arterial e pressão arterial) em pacientes críticos. Trata-se de um Ensaio Clínico Randomizado, crossover, aberto, realizado com 50 pacientes críticos, entre os meses de setembro de 2018 e fevereiro de 2019. Cada paciente foi o seu próprio controle e recebeu, de forma aleatória, o banho no leito a seco e o tradicional, com um intervalo de 24 horas entre eles. As variáveis oxi-hemodinâmicas foram mensuradas em seis momentos: no início dos banhos, aos 10 minutos, no início e no fim da lateralização dos pacientes, ao final do procedimento e 15 minutos após o seu encerramento. Avaliou-se também o tempo de execução dos banhos e de lateralização dos pacientes. Realizou-se análise descritiva e inferencial, utilizando-se o modelo de Equações de Estimações Generalizadas. O tamanho do efeito foi verificado pela análise do d de Cohen e delta de Cliff. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas (parecer 2.550.114). Não houve diferença estatisticamente significativa das variáveis oxi-hemodinâmicas entre os diferentes banhos, mas ao longo do tempo, observou-se redução da temperatura axilar dos pacientes nos dois procedimentos (p<0,05). No banho tradicional, os pacientes também apresentaram, ao final da sua lateralização, elevação da frequência respiratória (24,58 incursões por minuto) (p=0,029). Em relação à significância clínica, o efeito gerado pelo banho a seco sobre as variáveis oxi-hemodinâmicas foi considerado desprezível. O tradicional banho no leito gerou um efeito de pequena magnitude sobre a redução da temperatura axilar e elevação da frequência respiratória. O banho no leito a seco foi considerado mais rápido (18,59 minutos) que o tradicional (26,45 minutos) (p <0,001). Nesse tipo de banho, os pacientes permaneceram lateralizados por um tempo inferior (6,59 minutos) ao do banho tradicional (7,59 minutos) (p<0,001). Concluiu-se que ao serem submetidos ao banho no leito a seco, os pacientes apresentaram, ao longo das mensurações, redução da temperatura axilar. Durante o banho tradicional, além da redução da temperatura axilar, houve elevação da frequência respiratória. Clinicamente, os efeitos gerados pelo banho a seco sobre as variáveis oxi-hemodinâmicas foram considerados desprezíveis, assim como a maioria dos efeitos do banho tradicional. No entanto, o tradicional banho no leito apresentou efeitos negativos sobre a temperatura axilar e frequência respiratória, que apesar de serem de pequena magnitude não devem ser negligenciados. O banho a seco foi superior ao tradicional pelo menor tempo de execução e lateralização dos pacientes. Os aspectos positivos desse método de banho poderão encorajar a sua incorporação nos serviços de saúde. Ademais, independentemente do tipo de banho realizado, espera-se que sejam mantidos o rigor metodológico e a monitorização oxi-hemodinâmica dos pacientes.